Archive for 03/15/09

Com pequenas alterações, repertório inclui só hits dos anos 80.
Veteranos do heavy metal ainda tocam em SP, BH, DF e Recife.

Diego Assis Do G1, no Rio

 

Bruce Dickinson, durante show do Iron Maiden no Rio de Janeiro (Foto: André Durão/G1)

Há exatamente um ano, quando passou com uma versão enxuta da turnê "Somewhere back in time" por São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, o Iron Maiden prometeu voltar. De acordo com Bruce Dickinson, vocalista da banda de heavy metal britânica, o retorno incluiria novas cidades e uma apresentação mais turbinada com direito a fogos e um palco maior. Promessa cumprida. O espetáculo que o Rio de Janeiro viu neste sábado - e que São Paulo vê domingo e Belo Horizonte, Brasília e Recife, na próxima semana - teve todos os cenários e explosões que compõem a versão completa do show. E o melhor: dois Eddies.

 

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O show na Praça da Apoteose começou às 21h35 com "Aces high", clássico do álbum "Powerslave", de 1984. O repertório, com duração de quase duas horas, trouxe poucas mas importantes mudanças em relação ao mostrado no ano passado no país. Saíram "Revelations", "Heaven can wait", "Moonchild" e "The clairvoyant" e entraram ""Wrathchild", "Children of the damned", "Phantom of the opera" e "The evil that men do". A consagrada "The number of the beast", do álbum homônimo de 1982, foi deslocada para iniciar o bis, com sua climática abertura cantada em coro pelos fãs que lotavam o sambódromo.

 

Veja galeria de fotos do show do Iron Maiden no Rio

"Pensei que o Rio fosse só samba, não achei que vocês também gostassem de heavy metal", brincava Dickinson entre uma faixa e outra do total de dezesseis do repertório (confira a lista completa abaixo).

Como se poderia esperar de uma banda com 30 anos de carreira, o show do Iron Maiden foi de um profissionalismo impecável. Enquanto os três guitarristas trocavam o tempo todo de lugar no palco, o cantor já cinquentão corria de lá para cá e saltava como uma criança.

A recepção do público, de 22 mil pessoas segundo estimativa da Polícia Militar - mas de "15 mil ou um pouco mais" na contabilidade de Dickinson -, foi calorosa. Também, só pudera: na turnê atual da banda, praticamente toda montada a partir dos discos clássicos da década de 80 do Maiden, não há nenhuma música que os fãs não saibam do começo ao fim, desde as mais cantaroláveis "2 minutes do midnight" e "Run to the hills" até o épico "Rime of the ancient mariner", faixa de 13 minutos do já citado "Powerslave". 

 

O baixista Steve Harris e o guitarrista Adrian Smith (Foto: André Durão/G1)

Duas vezes Eddie

 

O compromisso de trazer os fogos de artifício foi honrado. A pirotecnia é explorada nos hits mais conhecidos do grupo, e o calor resultante pode ser sentido a centenas de metros do palco.

 

Mas a grande supresa para aqueles que tiveram a chance de conferir a versão reduzida do show no ano passado fica reservada para a última faixa antes do bis, a pioneira "Iron Maiden", de 1980: à certa altura da música, uma enorme esfinge com o rosto de Eddie se rompe e dá lugar a uma versão mumificada do famoso mascote da banda. Bem acabado, o boneco mecanizado cobre praticamente toda a extensão do palco e movimenta o torso e os braços.

Já no bis, Eddie volta a aparecer, desta vez circulando pelo palco e arriscando até umas "palhetadas" na guitarra como o ciborgue futurista que ilustra a capa do álbum "Somewhere in time", de 1986. 

 

Giovanni e o filho Bruno: duas gerações de 'maidenmania' (Foto: Diego Assis/G1)

 

'Meu primeiro Iron Maiden'

 

Apesar de contar com apenas uma música que não se encaixa em seu repertório oitentista - "Fear of the dark", do disco homônimo de 1992 -, o show dos veteranos atraiu uma geração de novos metaleiros que sequer haviam nascido quando a banda começou a fazer sucesso. É o caso de Bruno Cisari, 11 anos, que viajou da Bahia com o pai, Giovanni, 37, para assistir ao espetáculo. Foi o primeiro show de rock de sua vida. Incitado pela reportagem a escolher sua música favorita do Maiden, Bruno deu a resposta que praticamente nenhum fã mais velho da banda esperaria: "Educated fool", faixa do disco "Virtual XI", gravada pelo vocalista Blaze Bayley em 1998 quando Dickinson estava fora do grupo.

"Fala outra aí, vai...", tentou de novo o pai. "Hmmm... 'Number of the beast!'", lançou o garoto, desta vez apelando para a tradição.

Menos familiarizado com o universo do heavy metal, Arthur Rosmaninho, 46, também levou os filhos adolescentes Danilo, 14, e Arthur, 17, ao show no Rio. "É meu primeiro show. Vai ser inesquecível", disse ao G1 o caçula da família poucos minutos antes de o Iron Maiden subir ao palco e tocar duas das favoritas de Danilo, "The evil that men do" e "Children of the damned".

No
documentário "Flight 666 - O filme", que fez sua pré-estreia mundial neste sábado no Rio, Dickinson comenta a renovação do público da banda nos últimos oito anos. Provocado por um repórter da rádio americana XM, o vocalista se irrita com a sugestão de que a turnê atual seria uma espécie de revival caça-níqueis com canções que todo mundo já ouviu. "Para muitas pessoas que vão a nossos shows, esta é a primeira vez que estão ouvindo essas músicas", rebateu. "Por essas pessoas, temos de dar 150% de nós no palco."

Oportunista ou não, esta é provavelmente a última chance de ver e ouvir uma seleção de faixas antigas do Iron Maiden em versão ao vivo no Brasil. Antes de se despedir do público carioca, Dickinson, sempre ele, resolveu fazer mais uma promessa: "se vocês nos quiserem de novo, vamos voltar em 2011". O repertório deve privilegiar as inéditas do próximo álbum da banda, que entra em estúdio no ano que vem.

 

Confira o repertório completo do show do Iron Maiden no Rio:

1. "Aces high"
2. "Wrathchild"
3. "2 minutes to midnight"
4. "Children of the damned"
5. "Phantom of the opera"
6. "The trooper"
7. "Wasted years"
8. "Rime of the ancient mariner"
9. "Powerslave"
10. "Run to the hills"
11. "Fear of the dark"
12. "Hallowed be thy name"
13. "Iron Maiden"

BIS

14. "The number of the beast"
15. "The evil that men do"
16. "Sanctuary"

Fonte: Portal G1

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