Archive for 03/13/12

Quem já estava achando estranha a demora das gravadoras estrangeiras em acolher o brasileiro-fenômeno Michel Teló (que recentemente alcançou o topo das paradas na maioria dos países europeus) acaba de receber uma resposta.

A revista Veja acaba de publicar em seu site, que o cantor assinou contrato com a Syco, gravadora do famoso produtor e caça-talentos Simon Cowell, criador do reality American Idol.

Teló vai lançar o seu primeiro disco internacional na Inglaterra: ainda não há informações sobre datas, ou mesmo a tracklist do disco. A gravadora de Teló no Brasil não se pronunciou sobre a notícia.

Max Cavalera quer deixar todos os problemas para trás. A começar pela paralisia facial da qual se recupera desde o fim de fevereiro. Também pretende fazer as pazes com João Gordo, do Ratos de Porão, com quem brigou na primeira visita do Soulfly ao Brasil, em 1998. Quando voltou, em 2002, fez uma turnê que o deixou com "um gosto ruim" na boca, memória que conseguiu apagar com a recente passagem por aqui. Essa leveza de espírito talvez seja responsável por "Enslaved" ser o melhor álbum de sua banda atual, um trabalho que carrega o nível dos álbuns mais memoráveis que fez com seu antigo grupo, o Sepultura. O disco, o oitavo na discografia do Soulfly, sai nesta terça-feira (13).


Não por acaso, a empolgação com a qualidade do trabalho levou o novo baterista da banda a caracterizá-lo como uma espécie de "Arise [álbum clássico do Sepultura, lançado em 1991] após usar crack". Exagero? Talvez, mas o peso e a potência de "Enslaved" e seu olhar mais voltado para o death metal certamente vão agradar aos fãs da melhor fase do grupo brasileiro. Para completar, "Enslaved" conta com a participação dos três filhos de Max em "Revengeance", uma homenagem a Dana Wells, enteado do músico que morreu em 1996.

Em entrevista por telefone ao G1, o vocalista e guitarrista Max Cavalera falou sobre os novos integrantes do Soulfly e sua busca por uma sonoridade mais extrema em "Enslaved", deu detalhes sobre a autobiografia que está escrevendo e disse que ficou emocionado ao tocar no Brasil após 10 anos longe do país, afirmando que o público daqui é "o mais legal do mundo".

Como você está de saúde? Já melhorou da paralisia de Bell?
Max Calavera –
Já melhorei. Fui no médico e ele falou que já passou 90% do problema. Tomei alguns antibióticos e fiz alguns exercícios mexendo a cara, mas é um vírus que demora um tempo pra sair. Só se percebe a melhora de três semanas a um mês. É quando dá pra notar se vai ficar ruim ou se vai melhorar. E no meu caso já melhorou. Os outros 10% vão melhorar no próximo mês

“Enslaved” já é o oitavo disco do Soulfly. Como você vê esse álbum na discografia da banda?
Max Cavalera –
É legal porque o disco ficou bem porrada mesmo. Tem gente nova na banda: o Tony tocando baixo, que é um cara bom pra caramba e o David na bateria, que vem de uma escola de death metal, tocando com dois bumbos e fazendo coisas bem ligadas ao gênero. Com a ajuda desses caras eu consegui fazer o “Enslaved”, que é um disco mais ligado ao death metal, bem extremo, um Soulfly que ninguém estava esperando. Acho que surpreendeu muita gente. O single é “World scum” e todos gostaram dela. Julgando por essa música dá pra ter uma ideia de que o disco vai ser bem porrada, bem extremo. Acho que essa fase nova do Soulfly, indo pra um lado extremo, é um passo legal também. Mostra para os fãs que a gente está ligado ao heavy.

Acredita que os novos integrantes colaboraram para esse peso?
Max Cavalera –
Logicamente! Principalmente o David, porque a bateria do “Enslaved” é animal, muito legal. O trabalho que o David fez nela, junto com o Zeuss, que produziu o disco, foi muito bom e eu adorei o som da bateria. Ele tocando parece o Dave Lombardo [Slayer] antigo, o Pete Sandoval [Terrorizer]... O cara segura a bronca mesmo.

Como foi chegar aos nomes que foram convidados para participar de “Enslaved”?
Max Cavalera –
Sempre convidamos alguém, como em todo disco do Soulfly. No passado, tivemos Tom Araya, Corey, do Slipknot, o Sean Lennon... dessa vez, tive a ideia de fazer com caras um pouco mais “underground”, como o Dez, que é do DevilDriver e do Coal Chamber. A gente se conhece há muito tempo, nossas famílias até trocam cartão de Natal. Já em “World scum”, a ideia original era fazer com o cara do Oceano, que é uma banda nova que eu gosto, mas ele não pôde, então chamei o Travis do Cattle Decapitation, um grupo de death metal. O cara tem um vocal animal e eu precisava de uma voz bem death metal para essa música, pois ela foi feita para ter um vocal mais pesado.

Seus filhos também participam. Foi uma coisa bem natural tê-los no disco?
Max Cavalera –
Estava esperando eles ficarem mais maduros, aprenderem a tocar melhor, para fazer uma música com eles em estúdio, que era um sonho meu. Sempre achei que seria legal gravar com meus filhos e fazer uma música inteira. Quando chegou a época de gravar esse disco, vi que eles já estavam bem maduros, tocando bem e aí eu resolvi fazer “Revengeance”, que é sobre o irmão deles, o Dana, que morreu em 1996. Então comecei a tocar com o Zyon e fiz metade da música. Depois levei para o estúdio e o Igor, meu filho pequeno, fez dois riffs que a gente colocou na faixa como um refrão e uma nova introdução. Cada um de nós canta nela, eu, o Igor e o Richie. Cada um tinha sua própria letra e seu próprio vocal, e no refrão cantamos juntos. Foi bem legal, com a família no estúdio, um dia divertido. A música ficou boa e eu acabei escolhendo-a para fechar o disco.
 
O baterista David afirmou que “Enslaved” é como um “Arise [álbum clássico do Sepultura, lançado em 1991] após usar crack”. Você concorda?
Max Cavalera –
Acho que ele estava animado. Quando você fica animado, essas coisas saem da sua boca, como essa declaração louca. Achei engraçado ele falar isso, mas acho que foi mais porque ele estava empolgado, pois saía uma música atrás da outra, que levou ele a dar essa opinião, uma frase que acabou sendo divulgada no mundo inteiro.

De onde veio a ideia para “Plata o plomo”, música cantada em português por você e em espanhol pelo Tony cuja letra é sobre o traficante Pablo Escobar?
Max Cavalera –
Eu tenho um livro que foi escrito pelo irmão do Escobar que é bem legal, e o emprestei para o Tony, para ele ler e fazer sua parte da letra. O Tony canta no Asesino, que é uma banda que tem um vocal death metal muito legal, em espanhol. Então falei para ele que a gente tinha que fazer uma música juntos e que ele deveria cantar da mesma forma que canta no Asesino. Inclusive, quando a gente for tocar ao vivo, ele vai botar a máscara que usa no Asesino, uma máscara de luta livre mexicana. Na banda, o chamam de Maldito X. Fiz minha parte em português, e ele em espanhol. O Mike botou uma guitarra flamenca que ficou muito legal. O clima ficou bem animal, com a história da vida do Pablo Escobar. Muita gente acha que ele é santo e outros dizem que ele é o diabo. É uma das músicas mais legais do disco, bem diferente do restante.

Você está escrevendo uma autobiografia? Em que pé está?
Max Cavalera –
Estou, estamos vendo se dá pra sair no fim do ano, no Natal. A ideia é ser lançada antes do fim do mundo (risos), para todo mundo poder ler antes do mundo acabar. Está ficando legal, a introdução está sendo feita pelo Dave Grohl, que é amigo meu. Ele sempre ia assistir aos shows do Sepultura em Seattle. É um cara muito legal e um dos maiores “rockstars” do mundo nos dias de hoje. Ele ficou bem honrado em poder fazer a introdução do livro, que vai ter entrevista com muita gente, como Tom Araya e Sean Lennon. Falo de como cresci no Brasil, nasci em BH e me mudei para São Paulo, falo da morte do meu pai, da criação do Sepultura, de como eu fiz o Sepultura assinar com a Roadrunner, quando fui viajar para Nova York de terno e gravata, com o cabelo amarrado pra trás, com uma passagem de graça, pois fui como executivo da PanAm, que nem existe mais. Outra que já virou mito é a de quando vomitei no Eddie Vedder... Vai ter tudo isso no livro.

 O Sepultura e o Ratos de Porão sempre foram bandas irmãs, surgindo mais ou menos na mesma época e tocando juntos por diversas vezes. Ainda mantém contato com o João Gordo?
Max Cavalera –
Não tenho, mas através do Iggor, que o conhece e continua a amizade com ele, ele falou que queria me ver e eu também queria me encontrar com ele. Tivemos uma treta errada no primeiro show do Soulfly em São Paulo [em 1998], uma discussão quando a gente esteve na MTV. Acabamos brigando, nem sei o motivo, não dá nem para entender. Eu queria botar tudo para trás e continuar a amizade com ele, sou amigo, gosto muito do Ratos e, para mim, não tem muito a ver ficar brigado com as pessoas.
 
 O Soulfly tocou recentemente no Brasil. Como foram os shows aqui? Como é voltar para cá e tocar para o público brasileiro?
Max Cavalera –
Muito animal. O Brasil foi demais. Valeu a pena esperar 10 anos para tocar aí. O show de São Paulo foi muito emocionante, é o público mais legal do mundo. Foi o melhor show da turnê, não tenho palavras para expressar como foi. As pessoas cantaram todas as músicas, das mais antigas às novas, do Sepultura ao Soulfly... cantaram tudo, como se fosse uma banda só. Para mim, isso foi muito legal, porque o show que a gente fez da outra vez não foi muito legal, foi meio sacaneado, meio sabotado. Rolou uma grande confusão e ficou um gosto ruim na boca, então queria botar isso para trás. Esse show agora em São Paulo detonou, o do Circo Voador, lotado, também. Vi muitos amigos antigos, encontrei gente que não via há 20 anos. Outra coisa excelente foi meu filho Zyon tocando bateria. Levei ele só para a América do Sul, era uma coisa que queria fazer de especial e ele detonou.

A ideia para 2012 é excursionar? Vão para a Europa depois de tocar na América do Norte?
Max Cavalera –
Sim, vamos começar agora pelo México, e aí vamos tocar nos Estados Unidos, e então seguimos para a Europa para tocar nos festivais de verão. Depois, continuaremos a tocar até o fim do ano.

Durante dez anos, eles tentaram decolar como cantores defendendo o sertanejo de raiz. Há um ano e meio juntos, João Lucas e Marcelo resolverem seguir os mandamentos da cartilha de Michel Teló.

“Quem gosta de sertanejo de raiz é um público mais velho e caipira. Pra fazer sucesso, é preciso cantar o que a galera jovem pede. Resolvemos seguir o mesmo caminho pra ver se conseguíamos”, disse João Lucas, durante entrevista ao G1 por telefone.

Para tal, compraram o direto de regravar “Eu quero tchu, eu quero tcha”, sucesso de Shylton Fernandes, da banda Forró Safado - prática quase obrigatória do atual "sertanejo de pegação". O hit, como não poderia deixar de ser, já veio acompanhado de coreografia. Com o material adaptado em mãos, era só produzir o clipe e torcer para que a onomatopéia musical chegasse aos ouvidos do maior difusor popular: o jogador Neymar. Ouça aqui o "hit do Neymar".

Ao comemorar o 100° gol pelo Santos, ele fez os passinhos da dança. Bracinhos pra cima e uma reboladinha de segundos renderam à dupla a possibilidade de, finalmente, ganhar dinheiro. João Lucas revela que ainda não deu pra comprar nada, mas não esconde a ansiedade. “Confesso que tô com pressa para ganhar dinheiro, mas ainda não consegui arrematar uma casa pra minha família. Não tenho nada, só um carro.”

Novos ricos

A meta, entretanto, é estacionar um jatinho na garagem para atender à nova demanda de shows. Após a divulgação em rede nacional feita por Neymar, a dupla recebeu propostas internacionais de produtores em Portugal, Romênia e Itália.

Em território nacional, o artilheiro do Santos reforçou seu efeito Midas. O que ele dança, de fato, vira ouro. Antes da comemoração, os sertanejos faziam apenas oito apresentações por mês. Agora, já são mais de 20. O caminho é o mesmo de "Ai se eu te pego", que ganhou o mundo depois da dancinha de Cristiano Ronaldo.

O poder de multiplicação transforma os jogadores de futebol em novos padrinhos do sertanejo. Para João Lucas, que já teve duas duplas antes de se juntar a Marcelo, cair no gosto musical de Neymar é a forma mais eficiente de alavancar a carreira.“Os jogadores são os novos padrinhos mesmo, é a melhor forma de fazer sucesso e decolar. Seremos eternamente gratos ao Neymar.” A gratidão - e a exposição - fizeram a dupla colocar o nome do jogador na letra da música, que não hesitam em apresentar também como "hit do Neymar".

Grande encontro

Marcelo é compositor conhecido no mercado. Já fez canções para Luan Santana e Victor e Leo, mas penou até encontrar uma segunda voz ideal. Conheceu João Lucas em uma festa de aniversário de amigos na cidade de Aruanã, Goiás, em 2010. Ambos encerravam parcerias de insucesso com outros cantores. “A gente não vingava”, explica João.

Em janeiro de 2011, com a dupla formada e empresário contratado, eles gravaram o primeiro CD. O disco não estourou como previsto e os rapazes foram atrás de um “hit pegação”. Ouviram na internet a música de Shylton e entraram em contato com o compositor.

João diz não saber o preço pago ao dono de “Eu quero tchu, eu quero tcha”. O acordo garante a exclusividade de cantar a versão, mas os direitos permanecem de Shylton. “Nosso empresário que fez tudo, não sei quanto foi. De qualquer forma, valeu cada centavo.”

Regravaram inicialmente em versão forró, mas não gostaram do resultado. Decidiram misturar o arrocha com uma batida de funk e apostaram. Lançaram novamente o CD, incluindo o hit e mais algumas faixas inéditas. Agora, começam a mensurar os resultados de vendas.

Toque de caixa

João garante que ele e seu parceiro reconhecem a baixa qualidade musical dos hits de verão, mas acredita ser o único caminho para manter-se no mercado. “Ou abraçávamos isso, ou ficávamos pra trás.”

Confortáveis com a fama, eles pretendem abusar do potencial de “Eu quero tchu, eu quero tcha” até o seu esgotamento. Na gaveta, já está pronta uma música muito similar, composta pela dupla juntamente com Shylton. Letra e melodia foram feitas em menos de 24 horas. “A batida é bem parecida, letra fácil e melodia simples também. É a forma que encontramos de manter o sucesso.”

Além do material, eles contrataram uma coreógrafa para que Marcelo, o mais travado da dupla, solte o quadril em cima dos palcos. “Meu parceiro não dança nada. Eu engano um pouquinho, mas ele é primeira voz e precisa se concentrar. Estamos com uma professora de dança, e vamos fazer aula duas vezes por semana. Se a gente dança, a mulherada se empolga e reproduz a coreografia. Isso ajuda muito, pois 90% do nosso público é feminino.”

Related Posts with Thumbnails