Archive for 06/20/09

Usuários de Alemanha, EUA, França e Grã-Bretanha admitiram prática.
Maioria nunca pagou por conteúdo on-line, mas pensa em fazê-lo.

Usuários de vários países admitem baixar arquivos ilegalmente. (Foto: Divulgação)

Cerca de 8% de todos os consumidores de Alemanha, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha admitem fazer download ilegal de vídeos da internet, segundo uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (19) pela Futuresource Consulting, mostrando a escala do progresso do combate à pirataria.

Dois terços dos britânicos entrevistados admitiram assistiram a TV, filmes e vídeos no computador ou notebook, frequentemente ou algumas vezes. Entre os consumidores norte-americanos, 15% fizeram pelo menos uma dessas atividades de forma ilícita.

"Essa ampla disponibilidade de conteúdo ilegal representa um grande obstáculo ao desenvolvimento de serviços de conteúdo on-line, e continua impactando pesadamente nas receitas, apesar das autoridades governamentais e da indústria repetirem tentativas de apertar o sistema", informou o relatório que entrevistou mais de 2,5 mil pessoas nos quatro países.

O levantamento descobriu ainda que 90% daqueles que assistem a vídeos on-line nunca pagaram para acessar notícias e programas de televisão. A maioria, no entanto, afirmou que estaria ou poderia estar disposta a pagar por conteúdo no futuro.

A maioria das companhias de mídia está tentando incentivar consumidores a pagar por vídeo, música e notícias on-line. Mas as tentativas para financiar conteúdo gratuito por meio da venda de anúncios publicitários são em grande parte fracassadas.

Governos ao redor do mundo estão tentando ajudar os fornecedores de mídia a combater a pirataria on-line. Os piores efeitos até agora aconteceram na indústria musical, que ainda se esforça para compensar um declínio contínuo na comercialização de CDs.

 Studio 2002

Em tempos de festas juninas, G1 mostra os clássicos caipiras.
Seleção vai de Inezita Barroso e João Pacífico a Almir Sater.

Do G1, em São Paulo

Tonico e Tinoco posam para capa de disco no começo da carreira. (Foto: Divulgação)

Aproveitando a temporada de festas juninas, o G1 listou 15 das canções mais importantes para a música caipira. João Pacífico, Tonico e Tinoco, Almir Sater e Inezita Barroso – alguns dos principais nomes do estilo – figuram na seleção, que foi elaborada pela reportagem do G1 sem critérios técnicos e, portanto, não tem caráter definitivo.

 

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Ouça uma seleção de músicas caipiras na GloboRadio

 

Segundo a escritora Rosa Nepomuceno, autora do livro "Música caipira: da roça ao rodeio", o som do caipira brasileiro no século XX tem duas origens – a urbanização do país, que permitiu que a música fosse registrada e vendida em larga escala, criando um público e um método para o estilo; e a Semana de Arte Moderna de 22.

Explica-se: os modernistas tinham um pendor pela cultura genuinamente brasileira, e aprovaram as primeiras manifestações musicais nesse sentido. Guilherme de Almeida apadrinhou João Pacífico, enquanto Mário de Andrade chegou a compor modas, como a clássica "Viola quebrada".

A música caipira tem inúmeras origens e influências, graças ao vasto interior brasileiro – mistura moda de viola, toadas, cururus, guarânias, cateretês, emboladas, marchas, valsas. Tião Carreiro, mestre da viola e fã de samba, chegou a criar seu próprio jeito de tocar o ritmo na viola, o pagode caipira. Para quem estranhava a mistura, costumava responder "música só tem dois tipos, a feia e a bonita".

Confira abaixo as músicas caipiras selecionadas pelo G1:

"Tristeza do Jeca" - Tonico & Tinoco
Composta por Angelino de Oliveira, a toada tem o nome do texto (considerado preconceituoso na época) assinado por Monteiro Lobato, falando dos augúrios do homem do campo. Versos como "Nesta viola eu canto e gemo de verdade/ Cada toada representa uma saudade" ficaram cristalizados na melancolia da voz da dupla de Botucatu, interior de São Paulo.


"Índia" - Cascatinha e Inhana
A versão de José Fortuna para a guarânia paraguaia, gravada pela dupla Cascatinha e Inhana, foi um dos maiores sucessos da música sertaneja, vendendo meio milhão de cópias nos anos 50. Uma das músicas favoritas do presidente Juscelino Kubitschek, ganhou versões como a de Gal Costa (faixa-título do disco "Índia", de 1973) e a paródia de Tiririca, que repetia infinitamente o primeiro verso "Índia seus cabelos".


"Menino da porteira" - Sérgio Reis
A música de Teddy Vieira e Luizinho sobre o trágico destino de um garoto atropelado por um boi virou filme na década de 70, protagonizado por Sérgio Reis (autor da versão definitiva da canção) e que ganhou até remake em 2009, com o sertanejo Daniel no papel principal. Apesar do flerte com o sertanejo mais moderno e o chapéu de caubói, Sérgio Reis ainda é respeitado como um dos guardiões da música caipira.


"Cabocla Teresa" - João Pacífico
João Pacífico já foi chamado de "Noel Rosa da música caipira", e não é sem motivo. "Cabocla Teresa" (parceria com Raul Torres) é a canção mais conhecida do compositor de "Pingo d'água" e "Perto do coração". Com um longo trecho declamado antes da parte cantada, a história de vingança do "cabra de arma na mão" que mata a "cabocla" que o havia trocado por outro homem é uma das músicas mais melancólicas do repertório caipira.


"Rio de lágrimas" - Tião Carreiro & Pardinho
A música de Tião Carreiro (com Piraci e Lourival dos Santos) marcou para sempre o rio e a cidade que tem seu nome, Piracicaba. Apesar do tom animado, a letra é triste como uma canção dos Smiths ou de Frank Sinatra: "O rio de Piracicaba vai jogar água para fora/ Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora/ Eu quero apanhar uma rosa/ mas minha mão já não alcança/ Eu choro desesperado/ Igualzinho a uma criança".


"Chico Mineiro" - Tonico & Tinoco
A "Dupla Coração do Brasil" teve uma longa lista de sucessos ao longo da carreira, como "Pé de ipê" e "Moreninha linda", mas foi "Chico Mineiro" que entraram para o inconsciente coletivo nacional. A história dolorida da tragédia fraterna ficou como principal contribuição para o cancioneiro caipira, cantada ao longo de gerações com o mesmo sentimento da versão original.


"Chalana" - Almir Sater
O interior brasileiro é vasto e a música caipira atravessa meio continente sul-americano em direção aos rios do Prata e a fronteira com o Paraguai. Mário Zan, que compôs a música com Arlindo Pinto, diz que pensou na canção em um hotel de Corumbá, "vendo o rio passar, bem na janela do meu quarto". As águas do Paraguai dão o tom da saudade: "Ó chalana sem querer tu aumentas a minha dor/ Nestas águas tão serenas vai levando o meu amor".


"Moda da Pinga" - Inezita Barroso
Com bom humor, Inezita Barroso desafiou paradigmas – uma mulher cantando, em plena década de 50, sobre se embebedar de cachaça, a bebida alcoólica mais popular do Brasil. A moda, também conhecida como "Marvada pinga", é uma daquelas histórias cômicas que virou trilha sonora para bebedeiras homéricas e ressacas do mesmo nível.


"Rancho fundo" - Chitãozinho e Xororó
Composta pelos urbanos Ari Barroso e Lamartine Babo – conhecidos pela autorias de marchas carnavalescas, hinos dos times do Rio de Janeiro e sambas-exaltação, a música foi gravada pela primeira vez em 1931 e ganhou inúmeras versões, incluindo uma do rei da bossa nova João Gilberto. Mas a gravação mais conhecida e querida entre os brasileiros talvez seja mesmo a da dupla sertaneja Chiitãozinho e Xororó, que aparece no disco "Clássicos sertanejos", de 1996.


"Saudade da minha terra" - Tibagi e Niltinho
Saudade é aquela palavra que, aprendemos, só existe em português – a língua das primeiras grandes navegações, que ganhou mais peso no banzo dos escravos e se renovou no êxodo rural do século XX. Poucas músicas refletem tão bem a melancolia que é estar longe da terra querida, e também a felicidade da volta às raízes.


"Viola quebrada" - Pena Branca & Xavantinho
A canção se tornou um clássico caipira, mas é criação do modernista Mário de Andrade, que nutria grande obsessão pelos causos e pela vida do interior do país. Conhecedor do coração caipira, Andrade conta a vida de saudades do matuto que foi abandonado pela Maroca por ser um "fadista" que "nunca sabe trabaiá".


"Terra roxa" - Garcia & Zé Matão
A música caipira também tinha espaço para discussões que iam além das tristezas do amor e das saudades que dóem no peito. "Terra roxa", de Teddy Vieira, é uma fábula sobre o preconceito de um "grão-fino" contra um negro que não teria "troco para mil cruzeiros" – mas que se revela um grande fazendeiro, com mais de "280 mil pés de café".


"Rei do gado" - Tião Carreiro & Pardinho
Outra música de disputa entre "almofadinha" e "caboclo", "Rei do gado" virou até nome de novela, que tinha Sérgio Reis e Almir Sater no elenco. A disputa entre criadores de gado e plantadores é uma história tão antiga quanto a humanidade, rendendo brigas do Velho Oeste norte-americano e na Antiguidade – mitólogos como Joseph Campbell afirmam que o tema está por trás de muitas lendas de diferentes povos do mundo.


"Romaria" - Renato Teixeira
Renato Teixeira começou na MPB, mas redescobriu sua alma de caipira com o tempo. "Romaria" é talvez a sua composição mais conhecida – especialmente pela gravação da amiga Elis Regina, mas também pela letra, que é quase um hino de fé para o caipira: "Sou caipira/ Pirapora/ Nossa Senhora de Aparecida/ Ilumina a mina escura e funda/ O trem da minha vida".


"Beijinho doce" - Tinoco e Mazinho Quevedo
Muito antes de a versão de Flora e Donatela fazer sucesso com a novela "A favorita" e virar até funk carioca, a canção singela de Nhô Pai foi um sucesso gigantesco nos anos 50 na voz das Irmãs Galvão. Longe das tristes saudades e das histórias de amores perdidos, a música é daquelas que grudam com seu refrão melódico.

 Studio 2002

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