Archive for 01/05/13


Bandas clássicas do pop rock nacional seguem ativas e influentes no cenário da música brasileira


Como Barão Vermelho, Kid Abelha, Capital Inicial e Paralamas do Sucesso chegam aos 30 anos Agencia RBS/Arte ZH sobre divulgação
Se virando nos 30: Barão Vermelho, Kid Abelha, Capital Inicial e Paralamas do SucessoFoto: Agencia RBS / Arte ZH sobre divulgação
Eles chegaram pedindo a mão. E, vá lá, um pouquinho do braço. De repente, tornaram-se protagonistas de uma revolução que subverteu a música popular brasileira e criou sua própria chancela: o BRock. E quatro dos grandes responsáveis por lançar as bases do rock nacional, as bandas Capital Inicial, Barão Vermelho, Kid Abelha e Paralamas do Sucesso, entram 2013 comemorando três décadas de carreira em diferentes estágios de atividade.

O Barão começou a comemorar os 30 anos do lançamento do seu primeiro disco no ano passado. O álbum de estreia, solenemente ignorado na época, ganhou relançamento com direito a remasterização e faixas-bônus. Mas a reunião para festejar a efeméride, que passa por Porto Alegre no dia 2 de março, não garante nada.
- Ainda não sabemos o que vai ser feito depois dessa turnê. Existem planos, mas nada definido - despista o baterista Guto Goffi.
Por enquanto, o Barão segue tocando para uma plateia formada em sua maioria por uma gurizada que não os viu nascer nos anos 1980 e tem, talvez, uma vaga lembrança de como a banda se segurou nos 1990, lançando discos irregulares e emplacando um ou outro hit no rádio e na TV.
- O público dos nossos shows nos conheceu pelos pais ou irmãos mais velhos. Quem passou dos 40 só vai a shows se for para ficar sentado, tomando seu uisquinho - brinca Goffi.
Com uma pegada mais pop, o Kid Abelha também reúne um público que mescla seus primeiros seguidores com gente mais nova. A banda de Paula Toller está em sua segunda turnê comemorativa aos 30 anos de estrada. Começou em 2011, com a excursão Glitter de Principiante e segue agora com os shows do projeto Multishow ao Vivo: Kid Abelha 30 Anos. Mesmo não lançando nada novo desde 2005, garante seu espaço com os sucessos oitentistas e carisma de seus integrantes.
Situação semelhante é vivida pelo Paralamas do Sucesso. A banda vinha mantendo uma discografia regular e com boa repercussão, mas sentiu o baque do acidente sofrido por Herbert Vianna, em 2001. Desde então, o trio lançou três discos de inéditas, mas segue fazendo shows apoiados quase que totalmente nos êxitos do passado.
No ano em que Herbert Vianna, João Barone e Bi Ribeiro festejam os 30 anos do lançamento de Cinema Mudo, seu álbum de estreia, há planos para uma turnê comemorativa.
Talvez o único da turma a se renovar constantemente seja o Capital Inicial. Depois de ressuscitar em 2000, com o Acústico MTV, a banda brasiliense seguiu atraindo novos fãs, com músicas novas e hits radiofônicos. Por isso, diferentemente de seus colegas, os shows do Capital são compostos majoritariamente por uma gurizada afinada com a banda, que curte tanto os sucessos do passado quanto as composições atuais.
- Não queremos ficar como essas bandas que jogam confete sobre si mesmas quando fazem aniversário. Se for para comemorar 30 anos, que seja com um novo trabalho - disse o vocalista Dinho Ouro Preto ao lançar o último disco do grupo, Saturno, em 2012.
Se virando nos 30
Relembre a seguir a trajetória dessas quatro bandas e em que contexto cada uma celebra seus 30 anos de estrada.
PARALAMAS DO SUCESSO
Disco de estreia: Cinema Mudo (1983).
Primeiro sucesso: Antes de ser lançado no primeiro disco, Vital e sua Moto virou hit do verão carioca.
O estouro: O segundo disco, O Passo do Lui (1984), enfileirou sucessos como Óculos eMeu Erro. A apresentação consagradora no Rock in Rio, em janeiro de 1985, consolidou a banda no topo do rock nacional.
A baixa: No começo dos anos 1990, o Paralamas lançou álbuns com sonoridades mais experimentais que venderam pouco, Os Grãos (1991) e Severino (1994).
A virada: No disco Nove Luas (1996), retomaram a pegada mais pop e apresentaram hits como Lourinha Bombril, vendendo 600 mil cópias.
Momento atual: O mais recente disco de inéditas, Brasil Afora, foi lançado em 2009. Em 2011, a banda apresentou o álbum e DVD Multishow ao Vivo: Os Paralamas do Sucesso, com o qual segue na estrada. No site oficial, anunciam que "2013 promete muitas alegrias e que vem coisa divertida por aí".
KID ABELHA
Disco de estreia: Seu Espião, de 1983
Primeiro sucesso: Num compacto de 1982, lançaram dois grandes hits, Pintura Íntima (aquela do refrão "Fazer amor de madrugada...") e Por que Não Eu?.
O estouro: Em janeiro de 1985, o então chamado Kid Abelha e os Abóboras Selvagens foi uma das revelações do Rock in Rio. Em seguida, lançou o segundo álbum, Educação Sentimental, com hits como Garotos e Lágrimas e Chuva.
A baixa: O baixista Leoni, fundador e principal compositor nos dois primeiros discos, deixou a banda. Até 1987 houve várias mudanças até que fosse fixada a formação em trio que se mantém até hoje, com Paula, Israel e o guitarrista Bruno Fortunato.
A virada: O Kid Abelha nunca deixou de fazer sucesso, mas a gravação do Acústico MTV, em 2002, em comemoração aos 20 anos da banda, foi um grande êxito - com mais de 1,25 milhão de discos comercializados.
Momento atual: Depois de quatro anos de recesso (entre 2007 e 2010), a banda voltou comemorando seus 30 anos com a turnê Glitter de Principiante. O "novo" Kid Abelha tem menos a ver com a versão acústica dos anos 2000 e mais com a pegada anos 1980 que o consagrou no início da carreira.
BARÃO VERMELHO
Disco de estreia: Barão Vermelho (1982).
Primeiro sucesso: Pro Dia Nascer Feliz, do disco Barão Vermelho 2 (1983), começou a tocar nas rádios depois que Ney Matogrosso a regravou 10 meses depois.
O estouro: A banda alcançou o sucesso com o disco Maior Abandonado (1984), que continha as músicas Por Que a Gente É AssimBete Balanço e a faixa-título. Vendeu cerca de 100 mil cópias na época.
A baixa: Cazuza, voz e letra do grupo, debanda em 1985 para iniciar carreira solo. Os dois discos seguintes do Barão, Declare Guerra (1986) e Rock 'N'Geral (1987), são fracassos de venda e quase terminam com a banda
A virada: Álbum (1996), disco só com regravações, foi o mais vendido da carreira do Barão e colocou a banda novamente para tocar no rádio. Os singles Vem Quente que Eu Estou Fervendo e Amor Meu Grande Amor ganharam clipes na TV.
Momento atual: Em turnê para comemorar os 30 anos de carreira, o Barão tem lotado as casas de shows. Mas o futuro da banda ainda é incerto.
CAPITAL INICIAL
Disco de estreia: Capital Inicial (1986)
Primeiro sucesso: Música Urbana, do primeiro álbum, composta por André Pretórios, Flávio Lemos, Renato Russo e Fê Lemos, então integrantes da banda Aborto Elétrico.
O estouro: Depois do álbum de estreia, que rendeu disco de ouro, a banda lançou o segundo trabalho, Independência (1987), e abriu os shows da turnê de Sting no Brasil. Em 1990, o grupo participou do Hollywood Rock.
A baixa: Ao lançar o disco Eletricidade (1991), que trazia a versão para The Passenger, de Iggy Pop, e participar do Rock in Rio, brigas internas levam Dinho Ouro Preto a seguir carreira solo.
A virada: Após a reunião dos integrantes originais no álbum Atrás do Olhos (1998), o grupo estourou novamente dois anos depois com o Acústico MTV.
Momento atual: O Capital Inicial voltou-se ao público mais jovem e lançou discos de inéditas e de registros ao vivo.

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