Archive for 01/12/12

O pianista Amilton Godoy conta que recebeu recentemente um alerta vindo da esposa: havia canções do Zimbo Trio, grupo ao qual ele pertence, à venda na internet. “São faixas avulsas”, recorda o músico, que estranhou a descoberta: “O cara está vendendo e parece que o comprador tem pagar R$ 1 [por cada música], não sei...”. Ele assume conhecer pouco sobre o mecanismo deste tipo de comércio. Some-se a isso o fato de os seis álbuns iniciais do conjunto, todos da década de 1960, estarem sendo relançados – em CD – e então o retrato que se poderia pintar é o de um artista em descompasso com a época atual. CDs, afinal, não têm hoje a melhor das reputações, são invariavelmente vistos como produto de importância secundária.


Godoy, contudo, tem seus argumentos. Em entrevista ao G1, por telefone, a primeira pergunta que ele responde é “por que agora?”. Qual é a justificativa para se investir num formato cada vez mais em desuso – em que pese o valor histórico da obra e a noção estabelecida de que o Zimbo é uma das mais importantes formações instrumentais da música brasileira? Diz o pianista: “Todos os artistas querem sucesso, [querem oferecer] roupa de papel, que [o público] usa e joga fora. Esses artistas pensam em fazer obra para o público. O Zimbo, não – a gente pensa em fazer público para as obras”.
Formado em São Paulo, em 1963, o Zimbro Trio trazia no time original, além de Godoy, o baterista Rubinho Barsotti e o contrabaixista Luiz Chaves, falecido em 2007. Eram músicos criados no jazz, mas, uma vez juntos, dedicaram-se desde o começo a trabalhar com música feita no Brasil. Gravavam compositores iniciantes: Baden Powell, Chico Buarque, Gilberto Gil, Milton Nascimento. O Zimbo celebrizou-se, ainda, por acompanhar Elis Regina e Jair Rodrigues num programa de tevê de sucesso nos anos 1960, “O fino da Bossa”.

Cinco décadas e 51 discos adiante, contabilizando os gravados com outros artistas, o Zimbo segue apresentando-se ao vivo com frequência, no Brasil e no exterior, informa Godoy, que atualmente divide o palco com Mario Andreotti (contrabaixo) e Pérsio Sápia (bateria) – quando a saúde permite, Rubinho participa. “Uma coisa que a gente faz é levar discos para os shows, e vende bastante. As pessoas nos ouvem e levam a gente para a casa, porque a música instrumental ficou desprezada.”. Leia, a seguir, trechos da entrevista, na qual Amilton Godoy comenta o relançamento dos primeiros discos e os “acordes subversivos” de um episódio em que quase viu a censura tentar barrar uma música que sequer tinha letra.

É verdade que estes seis discos do Zimbo que estão sendo lançados são considerados clássicos da música do Brasil e que não existiam em CD. Mas o CD, por outro lado, deixou de ser um formato habitual. Então, por que agora?
Amilton Godoy –
Por causa desse moço chamado Marcelo Froes, que é o dono do selo chamado Discobertas [pelo qual os álbuns estão saindo]. Ele nos procurou dizendo que tinha interesse de entrar em contato com a detentora dos fonogramas, que era a Som Livre. O Marcelo conseguiu a liberação para fazer todos os trabalhos necessários, como remasterização e digitalização.
O que achou do resultado?
Godoy –
Muito legal. O Marcelo recuperou tudo do original, pegou as capas, que foram desenhadas por artistas importantes, como o [Wesley] Duke Lee, as contracapas, que era escritas por pessoas importantes na época, como o Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo do cronista, compositor e escritor Sergio Porto]. O disco, naquele tempo, era uma amostragem não só do conteúdo musical – a parte gráfica era muito trabalhada. Essa turma estava começando a carreira com a gente, parece brincadeira... O Marcelo foi atrás disso tudo, preservou tudo nesse lançamento, fez questão de recuperar o original, e todo mundo está elogiando muito o tratamento sonoro, a parte gráfica. Pelo menos não vai se perder isso. E a gente está muito empenhado em conseguir os outros fonogramas, de outros discos.

Para muita gente, lançar um CD, hoje, soa anacrônico. Por outro lado, pode servir como um cartão de visitas, um “pretexto” para shows. No caso de vocês, qual o propósito?
Godoy –
Uma coisa que a gente faz é levar discos para os shows, e vende bastante. As pessoas nos ouvem e levam a gente para a casa, porque a música instrumental ficou desprezada. Todos os artistas querem sucesso, [querem oferecer] roupa de papel, que [o público] usa e joga fora. Esses artistas pensam em fazer obra para o público. O Zimbo, não – a gente pensa em fazer público para as obras. E, ao lançar CDs [novos], o artista mostra que não parou no tempo.

Mas não existe um risco de ter prejuízo financeiro com isso?
Godoy –
Não vamos nunca ganhar dinheiro o suficiente [com venda de CDs], às vezes nem para cobrir a produção, considerando que as gravadoras não contratam mais. Mas, quando você consegue recuperar o que você investe na produção do disco, levanta a mão para o céu, porque viabilizou o próximo [trabalho]. A gente é profissional, e o profissional está sempre mostrando a vida dele, tem que ser no mínimo um disco por ano, senão você não mostra o que você está pesando.

No caso dos seis primeiros discos, em que vocês estavam pensando, ao gravar nomes como Chico Buarque, Johnny Alf, Tom Jobim, Edu Lobo, Baden Powell, Milton Nascimento, Gilberto Gil?
Godoy – Nós começamos tocando jazz americano: era onde músicos do mundo inteiro se espelhavam. A música brasileira ainda não tinha uma cara para ser mostrada, foi a bossa nova começou a mostrar a qualidade de composição. O Zimbo foi o primeiro grupo que gravou música instrumental brasileira, fazendo temas de improvisação com a nossa própria música. Não precisávamos mais recorrer a standards americanos. Quando começamos a fazer improvisações com o nosso balanço, mostramos que não precisávamos mais nos servir de material que não era produzido aqui. Mas veja que bossa nova era uma coisa fechada, e nós começamos a tocar mandando o pau, para fora, com volume. Esse foi o diferencial do Zimbo Trio, isso ajudou a gente a se projetar no mundo inteiro.

Como eram escolhidas as músicas a serem gravadas?
Godoy –
A gravadora gostava de você tocando, não tinha uma interferência artística da gravadora [no começo]. Depois de um tempo, começaram a interferir diretamente. Nesses seis primeiros, isso não aconteceu, era uma época completamente diferente, onde o que contava era qualidade. A partir dali, mudou, e um pouco tinha a ver com o processo político brasileiro, a interferência começou a ser muito maior, quando houve censura. Depois do AI-5 [Ato Institucional Nº 5, decreto de dezembro de 1968], censuravam a nossa música mesmo sem ter letra. E os caras nem sabiam: queriam ler letra, mas a gente não tinha letra!


E que resposta vocês davam?
Godoy –
Uma vez, no Rio de Janeiro, nós estávamos gravando um programa ao vivo com a Elis Regina. O cara [censor] estava com a orelha em pé, prestando atenção já desde o ensaio. Eu disse a ele: “Vou tocar esta música, o senhor ouve e verifica se eu estou fazendo algum acorde subversivo” (risos).
E na hora de gravar um disco? Vocês tinham de apresentar as músicas antes de registrar?
Godoy –
Você mandava o material e, enquanto não tivesse um documento sobre cada música que estava sendo gravada, não podia sair o disco. Às vezes, eles censuravam depois do lançamento, aí recolhiam o disco. Aconteceu com [a música] “Apesar de você”, do Chico: saíram recolhendo o disco, e proibiram a execução. Só que o Zimbo, na época, também gravou uma versão instrumental, que não foi “recolhida”. Como a música – a melodia – era conhecida, as rádios tocavam [a versão do Zimbo]. Nunca ouvi tanto Zimbo no rádio como na época (risos). Até os caras [da censura] perceberem que era música de protesto...

Veja quais são os discos do Zimbo Trio que fazem parte do box lançado pelo selo Discobertas:

"Zimbo Trio" (1964)
"Zimbo Trio Volume 2" (1965)
"Zimbo Trio Volume 3" (1966)
"Zimbo Trio + Cordas - É tempos de samba" (1967)
"Zimbo Trio + Cordas Volume 2" (1968)
"Zimbo Trio + Metais - Decisão" (1969)

Faz menos de uma semana que ela nasceu, mas a bebê de Beyoncé e Jay-Z já se tornou a pessoa mais nova a ter o nome nas paradas de sucesso da Billboard Nos Estados Unidos.

Os choros e sons de Blue Ivy Carter, que nasceu em Nova York em 7 de janeiro, estão no novo single "Glory" lançado pelo pai Jay-Z na segunda-feira (9).

A música estreou nas paradas de R&B e hip-hop da Billboard nesta semana em 74º lugar, com o nome da filha citado como "participação de B.I.C", informou a Billboard na quarta-feira.

Os fãs antigos lembrarão da canção "Isn't She Lovely", de Stevie Wonder, de 1977, em que os balbucios da filha Aisha podem ser ouvidos. "Isn't She Lovely" foi lançado quase dois anos depois que Aisha nasceu e ela não recebeu crédito oficial pela música, disse a Billboard.

Jay-Z, de 42 anos, lançou "Glory" apenas 48 horas depois do nascimento do primeiro bebê do casal. Ele também revelou na letra que Beyoncé, de 30 anos, sofreu pelo menos um aborto espontâneo no passado.
 

A banda britânica Pet Shop Boys lançará, no próximo dia 7 de fevereiro, seu novo trabalho, "Format", um CD duplo que reúne 38 lados B dos singles que tocaram nas emissoras de rádio do mundo todo entre 1996 e 2009, informou a produtora em comunicado.

O disco é a continuação de "Alternative", álbum lançando em 1995 e que já continha os lados B dos singles editados entre 1985 e 1994.

"Confidential", "Silver Age", "Girls Don't Cry" e "Always" são algumas das quase 40 músicas remasterizadas de "Format", além de uma entrevista com os membros do grupo, Neil Tennant e Chris Lowe, realizada pelo escritor inglês Jon Savage.

Conhecidos no mundo todo por temas como "Go West" e "Domino Dancing", os Pet Shop Boys venderam mais de 2,5 milhões de cópias no mundo todo e colocaram 12 de seus álbuns entre os dez primeiros nas listas britânicas.

Atualmente, trabalham em seu 11º disco de estúdio que deve ser lançado no segundo semestre de 2012, segundo informou a nota de imprensa.

A cantora britânica Adele começou 2012 como passou a maior parte de 2011 - no topo da lista de álbuns mais vendidos da Billboard, pela 15ª semana, com o seu trabalho "21".
Jason Mraz emplacou a música mais baixada no começo do ano, "I won't give up", que fará parte do seu ansiado quarto álbum.

"21" vendeu 124 mil cópias na última semana, quase o triplo do segundo colocado, "Take care", do rapper Drake. Todos os álbuns "top 10" tiveram queda na vendagem na primeira semana do ano, e a lista viu a recuperação de alguns favoritos de 2011, como "El camino", do Black Keys, que voltou ao terceiro lugar; "Mylo xyloto", do Coldplay, que voltou ao quinto; e "Talk that talk", de Rihanna, novamente em sexto.
A única novidade na lista dos "top 50" nesta semana foi "These times", álbum de estreia da banda de rock SafetySuit, que já chega em sétimo lugar.

Na lista das canções digitais, Mraz ultrapassou habitués recentes, como "Sexy and I know it", do LMFAO, e "We found love", de Rihanna.
"I won't give up" foi lançado depois de o cantor colocar no seu site um vídeo que se espalhou pelas redes sociais. A canção teve 229 mil downloads pagos na primeira semana.
O álbum anterior de Mraz, "We sing. We dance. We steal things" (2008), continha o hit "I'm yours" e foi indicado ao Grammy.

Related Posts with Thumbnails