Archive for 04/26/09

Boates atraem público com 'superstar DJs' das novelas e do teatro.
'Não sou profissional. Só brinco de pôr um som', diz Bruno Gagliasso.

Dolores Orosco Do G1, em São Paulo

André Marques: do 'Vídeo show' para os toca-discos. (Foto: Daigo Oliva/G1)

O DJ Bruno Gagliasso gosta de tocar "anos 80, tipo Balão Mágico e Raul". A DJ Deborah Secco põe todo mundo para rebolar com funk carioca, enquanto a DJ Denise Fraga consegue a mesma proeza, mas com samba de raiz nos toca-discos. Já André Marques contratou até um "personal DJ" para aprimorar sua mistura de house e tecno.

 

Não se tratam de homônimos de astros globais que estão comandando as picapes de festas descoladas. São elas mesmas, as celebridades, que andam atraindo os holofotes na noite do Rio e de São Paulo com seus discos - ou Ipods - cheios de surpresas.

 

"Não sou profissional. Só brinco de pôr um som", explica Bruno Gagliasso, destaque da novela "Caminho das Índias" e DJ de ocasião. "É uma sensação difícil de explicar: ver as pessoas ali dançando empolgadas com as músicas que você está tocando", conta o ator, que também inclui em seus sets "funks das antigas, tipo Claudinho e Buchecha e MC Marcinho".

 

Em geral, as festas em que Bruno se arrisca como DJ são promovidas por marcas interessadas em atrair os flashes do colunismo social. No último carnaval, a atriz Luana Piovani tocou em um camarote patrocinado por uma marca de cerveja, assim como a colega, Deborah Secco.

 

"Os famosos adoram esse tipo de convite. Para eles, é mais interessante ser fotografado como DJ de um evento promocional que apenas fazendo presença, circulando com a camiseta da marca", explica uma promotora de eventos, que prefere não ter o nome revelado. "O mais interessante é que o cachê não aumenta se a celebridade tocar ou só estar na festa. Contratamos recentemente um galã da novela das sete por R$ 8 mil e quando pedimos que fosse o DJ, ele não cobrou nada a mais e ainda disse que assim seria mais divertido".

 

Bloco dos famosos


Nesse esquema de "discotecar para se divertir", algumas celebridades estão fazendo a alegria dos fãs notívagos e inspirando noites fixas de clubes badalados. Caso do projeto "O Bloco", às terças-feiras no StudioSp, em São Paulo.

 

 Foto: Divulgação Foto: Divulgação

Bruno Gagliasso: destaque da novela, ator recebe convites para ser DJ de festas promocionais. (Foto: Divulgação)

"O mote da festa é a música brasileira, mas cada um faz sua mistura", explica o cantor Wilson Simoninha, um dos idealizadores da noitada, que já teve como DJs o ex-jogador de futebol Raí e a atriz Denise Fraga. "O Raí, por exemplo, colocou algumas músicas francesas e Beatles. A Denise fez um passeio pelo samba e surpreendeu".

 

Simoninha adianta que o "casseta" Cláudio Manoel e o ator Daniel Oliveira estão na lista dos próximos DJs convidados. "O mais legal é que eles capricham na seleção do som, ninguém pensa que é estrela. Todo mundo está fazendo bonito, com muito groove".

 

De tanto se preocupar em fazer bonito nos toca-discos, o apresentador do programa "Vídeo show", André Marques, foi procurar ajuda profissional. Fez aulas de mixagem, pesquisas musicais e comprou equipamentos. "Contratei um 'personal DJ' e estou levando o lance a sério", diz André, que toca "house e suas vertentes" e tem como ídolos o americano Erick Morillo e o francês David Guetta.

 

André, no entanto, não gosta de ser encaixado na categoria "famosos que se arriscam nas picapes". "O pessoal tem muito preconceito. Quando eu chego para tocar no clube, acham que não sei de nada. Mas geralmente surpreendo, modéstia à parte", revela o apresentador que é o atual residente de um projeto quinzenal às sextas-feiras no clube Royal, no centro de São Paulo, e tem uma agenda cheia de convites para tocar em baladas Brasil afora.

 

"Claro que minha prioridade é ser ator e apresentador. Mas posso dizer que DJ é a minha segunda profissão", conta André, que não vê como entrave a proposta de lei do senador Romeu Tuma (PTB), que sugere que todo DJ precise de um diploma e registro no Ministério do Trabalho para exercer o ofício.

 

"Sei que a maioria dos DJs mais experientes é contra a regulamentação. Mas se precisar, corro atrás, tiro diploma...", garante o astro global.

 

Bailinho


Se os "superstar DJs" estão na moda, a tendência se deve em parte a duas festas que lançaram a fórmula. A "Gambiarra", em São Paulo, e o "Bailinho", no Rio.

 

Criada há um ano pela atriz Talita Castro, a domingueira "Gambiarra" começou atraindo a turma do teatro. Tanto que o diretor José Celso Martinez Correa foi DJ em uma das concorridíssimas noites, que passou a atrair ainda mais gente quando o ator Reynaldo Gianecchini virou freqüentador assíduo.

 

Já passaram pelas picapes da "Gambiarra", Camila Morgado, Lúcio Mauro Filho, Gero Camilo e Danton Mello. Na lista dos famosos que se esbaldaram na pista animada pelos colegas, estão Rodrigo Santoro, Susana Vieira, Priscila Fantin, Caco Ciocler e Alessandra Negrini.

 

No "Bailinho", projeto do DJ-ator Rodrigo Penna, graças a presença em massa de celebridades, alguns meros mortais vão só para se sentirem vips. "É divertido olhar na cabine do DJ e acenar para um ator da novela. É mais legal ainda quando tem um Thiago Lacerda ou um Paulo Vilhena fazendo dancinha do seu lado", empolga-se a estudante Mariana Guimarães de Assis, que não perde uma edição da festa carioca. "O chato é que às vezes enche de paparazzi. Na época das confusões da Luana Piovanni com o Dado Dolabella o que mais se via aqui era flash".

 

Para garantir o espírito despojado da noite, os organizadores da "Gambiarra" não permitem a entrada de fotógrafos. Tudo para que os famosos caiam na farra - tanto na pista de dança, quanto nas picapes - sem se preocupar com a ressaca das colunas de fofoca do dia seguinte.

  

Serviço

  

Bailinho

Onde: festa itinerante

Informações no site: www.blog-do-bailinho.blogspot.com
Quando: domingo

  

Gambiarra
Onde: Salvador Dalí - Rua João Adolfo, 126 - Centro de São Paulo
Quando: aos domingos

 

Royal
Onde: Rua da Consolação, 222, Centro de São Paulo
Quando: às sextas

 

StudioSP
Onde: Rua Augusta, 591, Centro de São Paulo
Quando: às terças

via portal G1

 Studio 2002

Martinho da Vila, que lança no mercado português álbum ao vivo, em show em São Paulo (20/11/2007)

Martinho da Vila, que lança no mercado português álbum ao vivo, em show em São Paulo (20/11/2007)


Lisboa, 25 abr (Lusa) - O músico brasileiro Martinho da Vila lança segunda-feira no mercado português o álbum ao vivo "O Pequeno Burguês", resultado de um espetáculo de celebração de 40 anos de carreira e que deverá passar no verão por Portugal.

"Este é um disco como eu comecei a carreira, com aquela coisa do violão, do cavaquinho e do pandeiro. É uma conversa musicada, é todo assim acústico", descreveu Martinho da Vila em entrevista à Agência Lusa.

"O Pequeno Burguês" foi gravado em 2008 em espetáculos realizados no Rio de Janeiro e em São Paulo, nos quais Martinho da Vila vai desenrolando o percurso da sua vida e cantando temas antigos, êxitos de carreira.

O álbum integra apenas um tema inédito, "Filosofia de Vida", que se junta aos emblemáticos "Menina Moça" e "Casa de Bamba", com os quais Martinho da Vila participou em duas edições do Festival da Canção nos anos 1960, além de "Pra que Dinheiro", "O Pequeno Burguês" e "Madrugada, Carnaval e Chuva".

"Eu nunca imaginei, nunca sonhei em ser um artista. Como compositor o que eu desejava era ter uma música gravada por um artista", recordou o músico carioca, de 71 anos.

O que Martinho da Vila tentou fazer com este álbum, que apresentará em julho em palcos portugueses, foi regressar às raízes, aos primeiros momentos de composição, partilhados num ambiente descontraído, entre amigos, "tirando umas notas do violão".

Martinho da Vila é um dos músicos brasileiros que mais discos vende no Brasil e um dos mais fervorosos sambistas da escola Vila Isabel, conta com vários prêmios e distinções, incluindo a de Comendador da República e a Ordem do Mérito Cultural.

Em quarenta anos de carreira, Martinho da Vila admite que viveu muitas mudanças na cena musical brasileira, mas o segredo para ficar em atividade foi manter-se atualizado "em todos os sentidos".

"O artista, ele deve tudo ao público e o que pode dar em troca é informação. O artista viaja muito, conhece muitas coisas, ele tem essa obrigação de passar informações", frisou o sambista, citando que tem sempre presente a memória dos grandes compositores e a tarefa de mostrar a cultura do Brasil.

De Portugal, país a que regressa com frequência, Martinho da Vila recorda os concertos nas cidades do interior, onde pensava ter pouco público e afinal "tinha gente demais", e os músicos com quem já trabalhou, como Kátia Guerreiro e Luís Represas, e de quem já gravou, como Carlos do Carmo.

No próximo mês, em 8 de maio, Martinho da Vila será homenageado na localidade onde nasceu, em Duas Barras, Rio de Janeiro, num espetáculo conduzido pela filha.

via UOL musica

 Studio 2002

Grupo de música eletrônica lança novo álbum, 'Sounds of the future'.
Banda procura mostrar o humor negro em suas músicas sombrias.

O Depeche Mode se apresenta em Los Angeles na última quinta-feira (23). (Foto: AP)

Sob a aura sombria e sinistra, os membros do Depeche Mode insistem que são felizes e despreocupados. "Eu nunca entendi direito essa descrição", disse o frontman Dave Gahan em uma entrevista recente. "Entendo que nós temos uma imagem obscura, mas também sempre houve humor. É um sarcasmo cínico a respeito de si mesmo".

Gahan e seus companheiros – o guitarrista Martin Gore e o tecladista Andy Fletcher – passaram quase 30 anos buscando um sutil humor negro em suas canções que casam submissão e dominação, amor e ódio, esperança e arrependimento.

E eles sabem como se divertir às próprias custas: é só dar uma olhada no videoclipe de 1997 para o hit "It's no good", que mostra o grupo como uma banda de baile.

"Eu acho que as pessoas às vezes não enxergam alguns aspectos de humor na nossa música", disse Gore. "Elas passam tempo demais pensando em o que exatamente estamos tentando fazer e qual é o sentido exato de cada coisa".

 

Sombrio


Mas ninguém pode negar que o Depeche Mode ("moda rápida", em uma tradução livre do francês) conseguiu criar uma carreira aparentemente interminável ao remexer nas águas mais escuras da emoção humana, que conseguiu atrair legiões de fãs vestidos de preto em todo o mundo.

"A superfície do Depeche Mode é muito sombria e sinistra, mas às vezes isso parece ser tão forçado que chega muito perto de se transformar em uma piada interna", disse o jornalista musical Alan Light. "Mesmo assim, para alguns de seus fãs, é precisamente esse aspecto sombrio que os atrai para a banda".

Gahan, Gore e Fletcher continuam com forte influência sobre esses fãs. Nesta semana eles lançaram nos EUA seu 12º álbum de estúdio, "Sounds of the Universe", seu trabalho mais eletrônico em 20 anos, que deve sair em breve no Brasil.

Utilizando baterias eletrônicas e teclados analógicos vintage, o trio inglês recria o seu som da década de 1980 – evocando ainda uma atmosfera futurista e espacial – enquanto as letras ainda dão voz às suas obsessões de longa data: os elementos sadomasoquistas dos relacionamentos e da fé. 

 

É uma das primeiras apresnetaçõs da banda após o lançamento de 'Sounds of the future'. (Foto: AP)

"Diferente de muitos grupos de electro, que foram inovadores no uso da tecnologia mais incapazes de traduzir isso em canções consistentes – o Depeche Mode soa como um grupo de escritores que por acaso usavam esse som como sua tela", diz Light.

Na lenta "In chains", Gahan suspira por uma mulher que ele sabe que não é boa para ele, mas a quem ele não consegue resistir: "Eu sei que você sabia no dia em que você nasceu/ Eu sei que de alguma maneira eu deveria ter sido avisado/ Eu sei que eu caminho toda noite até o amanhecer acorrentado".

Outros destaques incluem "Fragile tension" e "Corrupt", além de "Hole to feed" e "Come back", escritas por Gahan. Mas a verdadeira gema é o primeiro single "Wrong", com um refrão explícito que faz da faixa a música mais revolucionária do Mode desde "Personal Jesus".

"('Wrong') não era a escolha mais óbvia. Não acho que a escolhemos (pare ser o single) porque sentimos que seria a melhor música. Escolhemos ela porque pensamos que é a coisa mais inovadora que já escrevemos, desafiando as convenções sobre o som do Depeche Mode", diz Gahan.

 

Longevidade


Com os membros se aproximando da casa dos 50 anos, o foco deles permanece no novo material. "Nós desistiríamos se soubéssemos que as pessoas só viriam ver nossos shows para ouvir músicas que gravamos há 20 anos", explica Gore. 

 

Atingir novos fãs e manter um som atual é um desafio para qualquer artista – especialmente para aqueles que lidam com o flutuante gênero que é a música eletrônica. "Eu acho que uma das coisas que mantém a gente fazendo música é tentar escrever aquela canção perfeita e não sentir que se conseguiu", imagina Gahan. "É um longo caminho. Quer dizer, nós sobrevivemos por quase três décadas, é bem assustador".

Longevidade certamente não é um conceito com o qual eles se preocupavam no começo dos anos 80. "É fantástico que nós sejamos tão relevantes, nos apresentemos para grandes multidões e que haja tanto interesse em nossos novos discos", diz Fletcher. "É algo que com certeza nós não esperávamos quando começamos. Só imaginávamos que a banda duraria alguns anos".

Considerando um começo de carreira que pode ser chamado de tumultuado – os críticos da época destruiram impiedosamente seu hit de 1981, "Just can't get enough" – e os tropeços, incluindo a batalha pública de Gahan contra as drogas (ele está sóbrio há anos) e as mudanças na formação da banda ao longo dos anos, o status icônico que eles adquiriram em todo o mundo é impressionante.


"Quando você faz música por algumas décadas, começa a perceber que tem que criar seu próprio caminho", explica Gahan. "Você faz o que gosta. E às vezes – isso já aconteceu com a gente – você volta à moda", ri.

via portal G1

 Studio 2002

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