Com vinte anos de carreira, a cantora de R&B Mariah Carey tem, por um lado, um culto fiel de fãs obstinados, e de outro, um obstiunado grupo de detratores e uma massa indiferente a um cantora que não faz tanto sucesso (fora dos EUA) desde os anos 90. Se "Memoirs of na imperfect angel" não vai converter nenhum detrator, vai agradar bastante os fãs – assim como em "The emancipation of Mimi", de 2005, o tom dos vocais é menos exuberante que em discos anteriores, mas ainda assim, é abundante de baladas. Produzido por The-Dream e "Tricky" Stewart (Rihanna, Beyoncé), o disco vai do R&B para pistas "Obsessed" a momentos explicitamente açucarados como "Inseparable" e "It's a wrap". Realmente desnecessária (para os fãs, detratores, indiferentes e para ela mesma) é a cover do hit de motel "I want to know what love is", dos soft rockers do Foreigner. (AMAURI STAMBOROSKI JR.)

Esqueça o "Funk do xixi", de Ivete Sangalo, ou as pérolas de "Tudo que me vem na cabeça", álbum de estreia da menina Maísa. "Partimpim 2", o segundo disco infantil de Adriana Calcanhotto, não subestima a inteligência das crianças. Tanto que o repertório não se parece em nada com os enlatados produzidos em massa para os pequenos. Os arranjos são tão caprichados que devem agradar mesmo quem não convive com "baixinhos". Da hilária "Alface" (adaptação de um poema de Augusto de Campos) à versão em português para "Man gave name to all the animals", de Bob Dylan, passando ainda pela ótima "Na massa", de Davi Moraes e Arnaldo Antunes, o CD diverte sem ficar cansativo. (LÍGIA NOGUEIRA)

Ao lado de Luiz Ayrão e Wando, o "cigano" Benito Di Paula é um dos principais representantes do samba popular rotulado pejorativamente de "sambão joia" pela crítica da época – um equivalente dos anos 70 ao pagode da década de 90 em termos de disparidade entre sucesso popular e reconhecimento artístico. Neste ao vivo gravado em julho deste ano no Rio de Janeiro, Di Paula mostra sua presença de palco, conversando, ensinando a platéia a cantar e apresentando umset list recheado de sucessos, como "Charlie Brown" e " Retalhos de cetim". No palco, conta com a participação do filho Rodrigo Velozo em "Beleza que é você, mulher", e revela inéditas como "Unidos de Tom Jobim", em que conclama um time de primeira da MPB (de Zeca Pagodinho a Chico Buarque) para "trazer ela de volta para mim". (ASJ)

Depois do "Acústico" e da "Gafieira", chegou a hora de Zeca Pagodinho lançar um álbum "Ao vivo". "Uma prova de amor", projeto especial da MTV, tem todas as canções que se tornaram sucesso na voz do sambista carioca, incluindo "Deixa a vida me levar", "Jura", "Quando a gira girou", "Verdade", entre outros clássicos. Se o repertório não traz novidades, o clima de festa é sob medida para levantar o astral. O DVD, com direção musical de Rildo Hora e Paulão Sete Cordas, mostra o artista em seu habitat natural: cercado de amigos e parentes na plateia, e acompanhado no palco pela indefectível cervejinha.  (LN)