A banda Oh!, formada no curso de Formação de Músicos e Produtores de Rock. (Foto: Divulgação/ Vinicius Zimmer)
A versão brasileira da "Escola do rock" (filme estrelado por Jack Black) não só existe como está formando a sua primeira turma, dois anos e meio depois de ser inaugurada. O Curso de Formação de Músicos e Produtores de Rock da Unisinos, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, promove um festival no Porão do Beco, em Porto Alegre, nesta quinta-feira (25).
Batizado de "Quinta crockante", o evento funciona como um trabalho de conclusão de curso e foi inteiramente produzido pelos alunos, dentro da disciplina Projeto Festival. "Posso dizer que estou tão nervoso quanto qualquer pessoa que vai apresentar uma monografia", confessa Lourenço de Pauli, membro da Oh!, banda que sobe ao palco para uma apresentação de 40 minutos.
Além deles, tocam no festival os grupos Os Lordes, Sargento Malagueta e De La Rock todos formados por alunos do curso. A colação de grau para os 20 formandos acontece no dia 22 de agosto, mas os discentes já encaram o festival como uma festa de formatura é seu último trabalho acadêmico, na última semana de aulas.
Diploma
"Não acho que sou um roqueiro 'diplomado', mas me sinto um roqueiro realmente preparado para o mercado", diz Lourenço. Ele lembra que no começo muitas pessoas caçoaram do curso de rock. "Eles perguntavam: 'como é um curso de rock? Vocês vão ter aula de roda punk?'", lembra. "Mas estamos nos formando, e pudemos ver que é um curso muito sério. Nada rígido como Direito ou Administração, mas foi uma formação sólida".
Dono de uma produtora montada com um colega, ele sabe que poderia ter feito sua carreira sem o curso, mas diz que funcionou como um "atalho". "Aprendi coisas que as bandas levam muito tempo para descobrir. As disciplinas relacionadas a planejamento e negociação foram muito importantes".
Foto: Divulgação/ Renata Stoduto
O músico Frank Jorge, criador e coordenador do curso. (Foto: Divulgação/ Renata Stoduto)
O músico Frank Jorge (ex-Cascavelettes, atualmente na Graforréia Xilarmônica e em carreira solo), coordenador e fundador do curso, acha que não é só o diploma que vai fazer a diferença. "O mercado existe, mas não posso dizer que todo mundo tem emprego garantido. Nós conseguimos dar uma formação completa e abrangente, em todas as áreas, mas assim como em outras profissões, vai depender do esforço do aluno para conseguir se inserir no mercado", pondera.
O curso foi inaugurado em 2006, graças a um convite que Frank recebeu do escritor e professor Fabrício Carpinejar, que coordena o curso de Formação de Escritores e Agentes Literários. "Senti como um desafio, e nos esforçamos para criar um curso com um caráter mais pop, prático e atualizado", explica.
Ao longo dos cinco semestres, os alunos tiveram disciplinas como Teoria e Percepção Musical, História do Rock, Legislação, Plano de Negócios, Criação Musical, Produção Musical, Desenvolvimento de Produto Web e Filosofia, Cultura e Ética. O aspecto prático do curso é levado a sério, e muitas aulas acontecem em estúdios em Porto Alegre.
No total, o curso tem 65 alunos, e o vestibular para a próxima turma acontece em dezembro quem quiser ser um roqueiro diplomado vai ter que arcar com uma mensalidade de R$ 1.034,85. Uma maneira de saber se vale a pena é ir ao festival em Porto Alegre e ver o resultado ao vivo, em cima do palco.
Festival "Quinta Crockante" em Porto Alegre, com Oh!, Os Lordes, Sargento Malagueta e De La Rock
Onde: Porão do Beco - Av. Independência, 936
Quando: Quinta-feira (26)
Quanto: R$ 10 Informações (51) 3026-2126 / www.beco203.com.br