Archive for 04/24/12


'I Gotta Feeling' é a canção preferida dos britânicos em casamentos. Foto: Edson Lopes Jr./Terra
'I Gotta Feeling' é a canção preferida dos britânicos em casamentos

Especializado em playlists para casamentos, o site Spotify lançou a lista das 20 canções mais escolhidas para esse tipo de cerimônia na Grã-Bretanha. Em primeiro lugar, apareceu I Gotta Feeling, do Black Eyed Peas, seguida por Sex On Fire, do Kings Of Leon, e The Killers, com Mr Brightside.
Segundo a publicação, as músicas preferidas do público são as que estimulam as pessoas bêbadas a dançarem e curtirem a noite. Por isso, grupos com hits animados, como Beyonce, The Jackson 5 e Outkast, compõem a lista. Porém, canções mais lentas também aparecem, como as de Adele, Al Green e Take That.
Confira a lista completa:
1. Black Eyed Peas - I Gotta Feeling
2. Kings of Leon - Sex On Fire
3. The Killers - Mr Brightside
4. Stevie Wonder - Superstition
5. Abba - Dancing Queen
6. Journey - Don't Stop Believin
7. Beyoncé - Single Ladies (Put A Ring On It)
8. Billy Idol - White Wedding
9. OutKast - Hey Ya!
10. Adele - Make You Feel My Love
11. Jason Mraz - I'm Yours
12. Stevie Wonder - Signed, Sealed, Delivered (I¿m Yours)
13. Jackson 5 - Blame It On The Boogie
14. Beyoncé - Crazy In Love
15. Al Green - Let's Stay Together
16. Take That - Greatest Day
17. The Proclaimers - I'm Gonna Be (500 Miles)
18. Barry White - You're The First, The Last, My Everything
19. Dolly Parton - 9 To 5
20. Bill Medley & Jennifer Warnes - (I've Had) The Time Of My Life





Luiz Ayrão: disco para comemorar 70 anos de vida e 40 como cantor
Foto: Leonardo Aversa / O Globo


Luiz Ayrão: disco para comemorar 70 anos de vida e 40 como cantorLEONARDO AVERSA / O GLOBO
RIO - Nome pouco lembrado atualmente, Luiz Ayrão era sinônimo de sucesso na década de 1970, quando teve discos com 1 milhão de cópias vendidas. Quem for ao seu show hoje, às 19h30m, no Teatro Rival, poderá ligar o nome às músicas, pois é difícil não reconhecer “O lencinho” (seu hit maior), “Porta aberta” (gravada recentemente por Teresa Cristina), “Bola dividida” (por Diogo Nogueira e Zeca Baleiro), “Nossa canção” (por Mallu Magalhães).
— Essas regravações são a forma de me manter na memória de muita gente, porque os caras não dão chance... — diz ele, no condomínio da Barra em que fica quando está no Rio, pois a maior parte do tempo passa em São Paulo, onde ganhou na última semana o título de cidadão paulistano.
“Os caras”, para esse carioca de 70 anos completados em janeiro, são os responsáveis pelas programações de TV e rádio, principalmente. Mas Ayrão tem uma visão mais histórica do que lamuriosa da situação. Reconhece que os tempos mudaram e que, se nos anos 1970 as grandes gravadoras determinavam de Rio e São Paulo o que seria sucesso em todo o país, agora esse processo é regional, graças ao barateamento da produção viabilizado pela tecnologia.
— Nunca entrei em depressão, nunca tive problema de autoestima. Continuei trabalhando, criando — assegura ele, que não conseguiu atender ao pedido do fotógrafo para posar sério. — Para mim, ficar sério é difícil.
Ele já teve bons motivos para ficar triste. Era adolescente quando o pai, militar e um dos muitos músicos da família, morreu. Para ajudar à mãe, trabalhou de engraxate no quartel da PM onde Darcy Ayrão servia. Compositor desde os 11 anos, fez canções na União Nacional dos Estudantes durante o período em que estudava Direito. Na noi$do golpe de 1964, foi preso, ficando nove dias longe de casa. Sua porção política reapareceria na década seguinte, quando teve músicas censuradas, entre elas “Meu caro amigo Chico”, dedicada a Chico Buarque.
— Minha única fase emocional ruim foi no início dos anos 1970, porque vi que o país estava longe daquilo que eu sonhava. Tive Síndrome de Pânico — conta Ayrão, que se tornou espírita naquela época, tendo lançado em 2004 o livro “O país dos meus anjos” (“É o meu caminho do comunismo ao espiritismo”, diz, rindo) e, seis anos depois, “Meus ídolos e eu”, com histórias do meio musical.
Três hits na voz de Roberto Carlos
Uma das mais importantes é ter conhecido Roberto Carlos bem antes da fama, quando o capixaba foi ser seu vizinho no Lins. Do amigo, o Rei gravaria “Só por amor” (em 1963), “Nossa canção” (1966) e outro grande sucesso, “Ciúme de você” (1968). Pretendia apenas $a atividade de compositor com a advocacia, mas convencido a interpretar “Porta aberta”, homenagem que fez à sua Portela, viu o samba estourar em 1973 — o que lhe confere 40 anos de carreira como cantor.
— Noutro dia eu falei com o Almir Guineto: “Não sei se sou sambista, cantor romântico...” Sabe o que ele me respondeu? “Você é clínico geral, Ayrão.” Acho que é isso — diverte-se.
Além do show de hoje, Ayrão vai comemorar as datas redondas com um CD (previsto para maio e o primeiro em três anos) em que volta a cantar sucessos e lança novas, como “O garoto da camisa amarela”, referência a Neymar, e “Tico-tico no fubá”, com letra sua.
— Vai sair pelo selo que eu criei, o Maxxim Records. O marido da Luma de Oliveira (Eike Batista, na verdade ex) não põe todas as empresas com X? Pus logo dois X — diz ele, antes de outra gargalhada.

Com 15 produtores, três intérpretes convidados e cinco compositores parceiros, o novo álbum de Zeca Baleiro, “Disco do ano”, é uma ode à camaradagem. O cantor chamou músicos e amigos que admira e fez seu nono trabalho a dezenas de mãos.

Zeca não nega o temor inicial ao optar por inovar e lançar um disco cheio de bedelhos. “Tive receio, mas acho que todos os meus discos são um pouco esquizofrênicos. Já perdi o medo.” Para ele, o álbum tem unidade e é uma produção tão sua quanto as demais. “Minha identidade está lá da mesma maneira. As participações não mudam nada.”

Desde 2008 sem dar ao mercado um trabalho de inéditas, Zeca foi armazenando material ao longo dos anos até sentir que tinha um conjunto de canções interessante para gravar. A produção loteada priorizou os músicos da banda e demais amigos conquistados ao longo da carreira. “Os rapazes da banda estão comigo há muito tempo e são ótimos produtores, queria ser produzido por eles. Tem muita gente boa e, ainda assim, ficaram pessoas interessantes de fora. Quem sabe não repito a estratégia no próximo álbum?”

Os selecionados

Nos vocais, o cantor divide os microfones com Margareth Menezes, no reggae romântico “Último post”. Fã da cantora -  definida por ele como “a mais adorável das baianas", o duo era um projeto antigo.
No rap “O desejo”, Zeca Baleiro insiste na parceria com Chorão, de quem já regravou “Proibida pra mim” – escolha que o fez ser massacrado pela imprensa, segundo suas recordações. “Na época em que gravei a música deles eu fui muito criticado. Eles eram infames mesmo, mas eu gostava da música e queria fazer uma releitura. Fui incompreendido. Hoje eles têm mais maturidade e talvez sejam a única banda rock em atividade no Brasil.”

Emicida foi cotado para a mesma vaga, mas por ser figura recorrente em parcerias, Zeca achou melhor deixar para uma outra oportunidade. “Embora eu goste muito dos trabalhos do Emicida, neste momento, ele é alvo de muitas parcerias. O Chorão entende de rap, e é um cara que eu admiro. Somos amigos de encontros em aeroportos. Ele deu trabalho para decorar as letras, demorou pra gravar, mas o resultado foi ótimo."

Andreia, cantora da nova safra de MPB, completa a trinca de intérpretes presentes no disco. Nas composições, ele reedita uma antiga parceria com Frejat (“Nada além), e outra com Hylton (“Calma ai coração”) – as únicas que não são inéditas. Kana, uma japonesa radicada no Brasil, a poetisa Lúcia Santos, e o músico e compositor Wado também participam do “Disco do ano”.
 

Desabafos

O nome do novo trabalho é uma sátira a indústria cultural. Zeca rechaça os rankings musicais na canção "Mamãe no face." As demais mantêm o tema de amor, relacionamentos e análises do cotidiano presentes nos antigos trabalhos do artista.
Embora dê de ombros às criticas e não tenha a pretensão de encabeçar a lista dos discos do ano, ele condena as injustiças provocadas pelos formadores de opinião.
“Não faço parte dessas listas e já estou acostumado com isso. Nunca quis ser uma unanimidade, mas não gosto de injustiças e desconfio dos critérios dessas listas. Eu queria provocar os formadores de opinião, as pessoas abelhudas, e questionar essas eleições.”
Durante o show, outra estilingada em forma de canção pode render a Zeca Baleiro um lugar nos top 10. Em “Funk da lama”, o alvo são as múscas coreografadas. “Eu sinto que brasileiro gosta de uma coreografia. Não queria ficar pra trás, por isso, fiz essa canção”, disse Zeca durante show para imprensa e convidados no HSBC, em São Paulo, no dia 16 de abril.

Tanto a letra engraçadinha quanto a dança – que mistura passos do axé, funk e até a clássica macarena – são de autoria de Zeca Baleiro. Na encenação, os integrantes da banda deixam seus instrumentos e, ao lado do cantor, reproduzem os passinhos. O refrão “Vem, cachorra, nem precisa de cama”, impregna a mente feito “Ai se te pego” e é reproduzido rapidamente pelo público. A música, entretanto, ficou fora do disco e só pode ser ouvida nas gravações feitas pelos fãs e postadas no Youtube - em menos de uma semana da estreia do cantor nos palcos, o site ja soma mais de dez opções de vídeos.

A tecnologia, aliás, está presente não apenas nas canções. Embora avesso às redes sociais, Zeca Baleiro criou um blog no qual dividiu as angústias e alegrias de sua produção em pequenos vídeos. Por meio de votação na internet, os seguidores do cantor também puderam escolher a capa do CD que mais agradava. As três opções de fotos compõe o álbum na ordem em que foram votadas.

Apesar da relação de amor e ódio com a web, Zeca revela intimidade com o meio. Segundo ele, a ideia inicial era fazer do disco uma pen drive e comercializá-la nos shows. O desejo foi adiado após ser seduzido por uma boa proposta da gravadora Som Livre. Embora tenha mudado os planos, ele ainda planeja disponibilizar o álbum completo para download em seu site, como sugere o final da canção “Mamãe no face”: “faz o download e baixa o disco aí. ”

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