Ex-beatle se apresenta em São Paulo no domingo (21) e segunda (22).
Há homenagem a Linda, pirotecnia e mais de 20 canções dos Beatles.
O show de Sir James Paul McCartney em Porto Alegre, no dia 7 deste mês, deixou várias pistas sobre o que esperar das apresentações do ex-beatle neste domingo (21) e nesta segunda (22), no estádio do Morumbi, em São Paulo.
Por mais que o cantor goste de improvisar em cima do palco, o show respeita uma estrutura, com algumas variações. Certas coisas, porém, pouco fogem do esperado. Para você não tomar sustos, uma lista dos 10 momentos imperdíveis da turnê de Paul.
Lado de fora
Vê-se de tudo nas imediações do estádio: acampamentos improvisados, pessoas exaustas dormindo, vendedores de todos os tipos e os onipresentes cambistas. Filas também não faltam por todos os lados. E muita gente ainda com a esperança de conseguir ingressos.
Portões abertos
O momento da entrada do público no estádio é um acontecimento à parte. Mesmo com o local completamente vazio e silencioso, os primeiros fãs mais já entram aos prantos. Em Porto Alegre, um deles chegou a rastejar de joelhos por boa parte da pista premium (no Beira-Rio o nome era esse) até se acomodar perto da grade de segurança. Alguns deles também cantam músicas dos Beatles incessantemente até o momento inicial da apresentação.
Interatividade
A interatividade entre palco e plateia também chama a atenção durante a apresentação do ex-beatle. Não apenas pela preocupação do cantor em se comunicar de forma direta com o público, seja em inglês ou português, mas pela preocupação em se fazer entender. Mesmo utilizando um teleprompter para ajudar nos recados em português, Paul capricha na pronúncia e consulta o público para saber se está falando da maneira certa. Em Porto Alegre, ainda convidou duas fãs para subir ao palco. Que surpresa estará reservando para os shows em São Paulo?
Instrumentos
Durante quase três horas de apresentação, Paul McCartney não apenas toca piano e baixo. Também passeia pela guitarra ("Let me roll it", "I've got a feeling"), bandolim ("Dance tonight") e ukulele ("Something" e "Ram on"), além dos violões ("Blackbird", "Yesterday"). Mostra a mesma intimidade e naturalidade com todos eles, como se cada um fosse seu instrumento titular.
Repertório
Pela primeira vez em sua carreira solo, Paul preenche o setlist de seu show com a maior parte das músicas de sua ex-banda. São 22 canções dos Beatles em um repertório formado por quase 40 canções.
Caras e bocas
Soltinho no palco, Paul McCartney já começa os trabalhos insinuando que a plateia está quente: ele mostra o dedo indicador para as câmeras e finge que está sendo queimado. Ao final de "Hey Jude", também faz graça. Ele balança a cabeça reprovando a exaltação do público e aponta para seus dois ouvidos. Dessa forma, dá a entender que está velho demais para tanto barulho.
"Band on the run"
Lançado originalmente em 1973, "Band on the run" ganhou uma edição de luxo, com muito material bônus, este mês. Na esteira dessa "novidade", Paul aproveita para fazer uma pequena divulgação do álbum, que tem cinco músicas incluídas no setlist.
Homenagens
Paul não apenas desfila sucessos dos Beatles e de sua carreira solo. Também homenageia seus ex-companheiros de banda, John Lennon e George Harrison. Para o primeiro, toca ao violão "Here today", canção composta logo após o assassinato do parceiro em 1980 foi incluída no álbum "Tug of war", de 1982. Do parceiro, também cita "Give peace a chance" ao fim de "a Day in the life", verdadeira canção composta em colaboração com Lennon. De repertório de George, Paul pesca a balada "Something", executada com imagens de Harrison no telão.
Linda
Há espaço para uma canção em memória de Linda McCartney, com quem Paul foi casado por 30 anos. Foi para ela que ele compôs "My love", uma de suas baladas românticas mais populares. Antes de apresentá-la ao vivo, Paul anuncia em bom português: "Fiz esta música para minha gatinha Linda, mas hoje ela é para todos os namorados" (Linda morreu vítima de câncer em 1998).
Pirotecnia
Levando-se em consideração o porte do espetáculo, são poucos os efeitos visuais utilizados pela produção da Up and Coming Tour. Mas com o perértório que o velho Macca tem nas mãos, é desnecessário. Os telões são o que mais impressionam pela definição e tamanho (são verticais). Durante a sequência com "Blackbird" e "Here today", uma lua e um globo terrestre se alinham pouco acima da cabeça de Paul, formando um belo cenário. E em "Live and let die", as já famosas explosões e fogos de artifício dão o clima da canção. Impressionante como mesmo sabendo disso, muita gente ainda se assusta com o barulho.