Zach Condon toca trompete no show do Beirut em São Paulo. (Foto: Flavio Moraes / G1)
"Toca Raul!", grita Zach Condon, líder do Beirut lá pela metade do show da banda em São Paulo na noite desta sexta-feira (11). A frase é mais um detalhe do carisma e da capacidade do músico de 23 anos de se adaptar aos mais diferentes meios culturais que encontra pela frente.
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Conhecido no Brasil pelo hit "Elephant gun", trilha de abertura do seriado "Capitu", Condom criou o Beirut depois de uma viagem pelo leste europeu, onde absorveu as influências da música local que permeiam seus dois primeiros álbuns. Se adaptar a novas culturas faz parte do seu talento, que rendeu também um EP em 2009 influenciado por música mexicana.
Com uma versão reduzida a seis integrantes (o grupo pode chegar a onze músicos no total), a banda comandou um pequeno carnaval balcânico, ainda que a estrutura com mesas montada pelo Via Funchal atraplhasse.
O grupo abriu o show com "Nantes", e na metade da segunda música boa parte da plateia já havia se levantado das cadeiras, que mostra a falta de compreensão por parte da casa apesar dos momentos melancólicos, o som da banda convida à dança.
Aquarela
De repente, o Beirut toca a introdução de "Aquarela do Brasil" no bis, eles tocariam uma versão do samba-exaltação de Ary Barroso em inglês na íntegra. Mas no meio do show foi apenas a deixa para o início de "Elephant gun".
A plateia se anima e canta a música inteira junto com a banda. Alguns fãs da primeira fila jogam confete e serpentinas no palco e tomam bronca dos seguranças.
Perto do fim, Zach, que se alterna entre trumpete, ukulele (primo havaiano do cavaquinho) e voz, convida o público a participar. "Essa vocês podem cantar comigo", diz em português, antes de emendar "Sunday smile". A essa altura, muita gente já invade os corredores e dançam próximos do palco, aumentando o clima de festa.
Além de "Brazil", o bis conta com a cover de "Siki siki baba", canção tradicional turca. A banda é composta de baixo, bateria, acordeão e um naipe de metais que varia entre tuba, trombone e trumpetes, além de um teclado e xilofone. Feliz, Zach agita uma bandeira do Brasil que ganhou da plateia.
Ao final do bis, o público não arreda o pé, e mesmo com as luzes acesas, faz um belo barulho tentando trazer a banda de volta para uma última canja. E conseguem o Beirut volta para tocar "Gulag orkestar", faixa-título do primeiro álbum do então projeto-solo de Condon. Foi a deixa para o fim da noite e da festa. Todos para casa (ou balada), cada um com seu verso favorito ecoando na cabeça.