Archive for 04/06/12

Antes de a música "Galhos secos" se transformar no maior "meme" das últimas semanas, o hit religioso já trouxe alegria para o repertório de muitos artistas.

Criado pela banda paulistana Exodos em 1970, a faixa popularmente conhecida como "Para nossa alegria" virou assunto ao ser cantada por Jefferson, Mara e Suelen, em vídeo que contabilizou quase 14 milhões de acessos em 20 dias. Veja o vídeo.

Por causa do sucesso, a música vai voltar ao repertório do Catedral, banda gospel que regravou a música em 1993. "Estamos sendo obrigados a voltar a tocar", explica Kim, vocalista do Catedral, em entrevista. "Os fãs estão pedindo muito. Vamos começar uma nova turnê e tocaremos 'Galhos secos', porque virou uma febre. Queremos fugir do lance cômico. O pessoal curtiu a música e está procurando saber como ela é mesmo. Viram um vídeo engraçado, mas a música e a letra despertaram um interesse na galera", analisa.

O cantor lembra que a versão feita por sua banda, incluída no disco duplo "Está consumado", foi a primeira a dar uma roupagem mais roqueira para a música. "A gravação de 'Galhos secos' mais famosa foi feita pelo Catedral. A letra da música e a informação que ela leva são muito sérias, parece até uma oração." A faixa, bem mais pesada do que a versão acústica e caseira famosa no YouTube, deve dar novo gás aos shows de divulgação do novo disco "Maior idade musical", com o qual o trio de pop rock comemora 22 anos de carreira.

Som Maior e Exodos

Kim conta que conheceu "Para nossa alegria" por meio de uma gravação de um grupo chamado Som Maior, que fez sucesso com canções religiosas nas décadas de 1980 e 1990. "Ela era do início da música evangélica no Brasil. A primeira gravação é de uma tal banda Exodos, do começo dos anos 70, mas só conheci mesmo com o Som Maior", explica.

A tal banda Exodos, autora da música, tem como principal integrante Osvayr Agreste. "Escrevi quando tinha 13 anos, foi a primeira que fiz", conta Osvayr. Ele recorda que a canção foi composta para ser tocada em uma Igreja Batista em Pirituba, na Zona Norte da capital paulista. O grupo Exodus existiu entre 1970 e 1977. Hoje, o músico tem 55 anos e é contador. Nas horas vagas, ainda compõe "músicas de evangelização", nas palavras dele.

"Tínhamos amigos que estavam entrando no caminho das drogas, por causa dos festivais, do amor livre, do movimento hippie. Eles fumavam maconha, usavam entorpecentes. Escrevi a música por causa da vontade de falar do amor de Deus de uma forma diferente. Gostávamos da sonoridade do rock, do Pink Floyd, do Genesis", justifica. Segundo ele, a letra foi escrita para "pegar pessoas destruídas e mortas e trazê-las de novo para a vida e para a sociedade". "Ela virou um hino das casas de recuperação", conclui.

Os fãs de Thiaguinho devem realmente acompanhar o raciocínio do ídolo, que afirmou  que “é para frente que se anda” com sua carreira, já que o show de gravação de sua estreia solo não contou com nenhuma faixa de sua antiga banda, o Exaltasamba e, mesmo assim, o público permaneceu satisfeito na noite em que o compositor deu os primeiros passos rumo à novos caminhos.

O show, que começou por volta da meia-noite já desta sexta-feira (6) no Credicard Hall, em São Paulo, foi o primeiro de três que servirão de material para compôr um CD e DVD chamado “Ousadia e alegria”, a ser lançado em 2012, marcando de uma vez por todas a estreia de Thiaguinho após deixar o Exaltasamba no final do ano passado.

Responsável por alguns dos maiores sucessos do grupo, Thiaguinho não quis se apoiar nas faixas do Exaltasamba para dar o pontapé inicial em sua carreira. Corajosamente, optou pela escolha de 16 canções inéditas e apenas seis regravações, em um repertório que mesclou pagode e samba com R&B e música pop de forma natural.
Com o apoio da imensa e competente banda dividida entre os lados direito e esquerdo do palco, que invadia boa parte da pista do Credicard Hall, ele pareceu se sentir à vontade para apresentar suas músicas novas – a maioria delas inédita – em uma longa apresentação que contou com muitas luzes, efeitos pirotécnicos e telões poderosos.


Danças sensuais, sorrisos, duas boas canções logo de cara e, na terceira música, uma surpresa: a participação do jogador Neymar, que subiu ao palco para interagir com o cantor e fazer embaixadinhas durante a exibição de “Ousadia e alegria”, faixa-título do lançamento e também lema do boleiro, que carrega as palavras nas chuteiras.

Thiaguinho não escondeu a satisfação. Simpático e carismático, agradeceu a todo momento a presença e o apoio dos fãs na nova empreitada. “Bom demais ver vocês cantando essas músicas novas”, disse. O novo repertório deixa claro que o ex-Exaltasamba é, de fato, um bom compositor: inegavelmente, seus refrões costumam ser pegajosos, e as músicas têm sempre uma construção simples e agradável aos ouvidos. É o caso de “Buquê de flores”, “Puxando” e “Vai, novinha!”, por exemplo.


A segunda participação da noite ficou por conta de Ivete Sangalo, que apareceu com um vestido brilhante e fez uma interpretação teatral ao lado de Thiaguinho em “O poder do pretinho”. Ali, o cantor teve uma pequena lição com uma das maiores estrelas da música pop do Brasil de como seguir uma carreira solo de sucesso. Mas, independente disso, o que contou foi que os distintos timbres vocais dos dois se encaixaram bem para a música, com um resultado certamente satisfatório.

Após a canção, Thiaguinho pediu licença para fazer a primeira troca de figurino e, nesse meio tempo, sua banda decidiu apresentar, de forma um pouco improvisada, o hit “Fugidinha”, com dois dos vocalistas de apoio cantando a faixa, cuja letra foi obviamente acompanhada pelos presentes.

De volta ao palco, o cantor, já com um novo terno e uma guitarra em mãos, abriu as portas para a segunda metade do show, mais focada em canções românticas, como "Antes de dizer adeus", "Ainda bem" e "Deixa eu te fazer feliz". Um momento em que foi possível ouvir com mais clareza as melodias que mostram bem a mistura do R&B com o pagode na qual o cantor tem buscado.


Para finalizar a gravação, o cantor e compositor Gilberto Gil entrou para cantar “Simples desejo”, sucesso na voz de Luciana Mello. A chuva de papel picado colorido em formato de borboletas banhou os presentes para colocar um ponto final no registro, mas não no show, já que Thiaguinho voltou para apresentar mais faixas para o público que permaneceu no local, mesmo já passando das 2 da manhã.

O cantor ainda fará mais dois shows no Credicard Hall, nos dias 6 e 7 de abril, ambos partes da gravação do CD e DVD “Ousadia e alegria”.

Veja as canções apresentadas no show:

- “Leite condensado”
- "Buquê de flores"
- "Ousadia e alegria"
- "Deixa pra mim"
- "Lero-lero"
- "Desencana"
- "Sou o cara pra você"
- "Até ver você"
- "Muleke conquista"
- "O poder do pretinho"
- "Antes de dizer adeus"
- "Ainda bem"
- "Deixa eu te fazer feliz"
- "Tomara"
- "Ainda é tudo seu"
- "Motel"
- "Hobbin Hood"
- "Eternamente feliz"
- "Resenha"
- "Puxando"
- "Vai, novinha!"
- "A amizade é tudo"
- "Eu quero é ser feliz"
- "Simples desejo"

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