Archive for 02/17/12



Apesar de a experiência pessoal e a cultura pesarem, pesquisadores descobriram que certas características musicais mexem com as emoções.
Londres - A ganhadora de seis Grammy’s Adele é famosa por sucessos que fazem todo mundo chorar, como "Someone Like You" e "Rolling in the Deep". E a ciência tem uma explicação para o fenômeno. É o que conta Michaeleen Doucleff, em sua coluna no The Wall Street Journal.
Apesar de a experiência pessoal e a cultura pesarem, pesquisadores descobriram que certas características musicais mexem com as emoções. A melodia correta, combinada com letras de rompimento amoroso e a voz potente de Adele enviam ao cérebro sinais de recompensa.
Há 20 anos, o  psicólogo britânico John Sloboda conduziu um experimento que identificou a “appoggiatura”, um tipo de nota musical constante em músicas que emocionam. Esta nota se choca com a melodia e cria um som dissonante, isto cria tensão ao ouvinte, contou Martin Guhn, psicólogo da Universidade de Columbia, que co-escreveu um estudo em 2007 sobre o assunto. "Quando as notas retornam à melodia anterior, a tensão é resolvida, e é bom".
"Someone Like You" está cheia de ornamentos semelhantes às "appoggiaturas". Além disso, no refrão, Adele ligeiramente modula seu tom no final de notas longas, momentos antes de o acompanhamento ir para uma nova harmonia, criando uma mini-montanha-russa de tensão e resolução, diz Guhn.
Em seu estudo, o psicólogo descobriu que as músicas que fazem chorar compartilham pelo menos quatro características: elas começam suavemente e depois se tornam altas; incluem a entrada abrupta de uma nova “voz”, seja um instrumento ou harmonia; elas expandem a frequência tocada e têm desvios inesperados na melodia e harmonia.
“A música começa com um padrão suave e repetitivo”, diz Guhn sobre "Someone Like You". Quando começa o refrão, a voz de Adele salta uma oitava, e ela canta as notas em um volume crescente. A harmonia muda enquanto a letra se torna mais e mais melancólica.
Doucleff diz no texto que quando a música de repente quebra seu padrão esperado, nosso sistema nervoso simpático entra em alerta máximo, nosso coração acelera e começamos a suar. Dependendo do contexto, interpretamos este estado de excitação como positivo ou negativo, feliz ou triste.
Um estudo no ano passado de Robert Zatorre e sua equipe de neurocientistas da Universidade McGill relatou que musicas emocionalmente intensas liberam dopamina nos centros de prazer e recompensa do cérebro, semelhante aos efeitos da comida, sexo e drogas. Isso nos faz sentir bem e nos motiva a repetir o comportamento.
Para medir as respostas dos ouvintes, a equipe descobriu que o número de arrepios estava correlacionado com a quantidade de dopamina liberada, mesmo quando a música era muito triste.

Cientistas britânicos desenvolveram trilha capaz de acalmar qualquer pessoa.



Se você só consegue descansar enquanto ouve uma boa música, pode comemorar. Isso porque um grupo de cientistas decidiu ir atrás da canção perfeita para fazer com que alguém possa relaxar da melhor maneira possível. A ideia era encontrar as batidas, frequências e pausas perfeitas para fazer com que a pessoa acalme seu estado de espírito em qualquer situação.
Em parceria com a banda britânica Marconi Union, os pesquisadores trabalharam com diversos tons, ritmos e outros elementos musicais que pudessem tranquilizar o ouvinte. O resultado foi a criação da canção Weightless, cuja frequência contínua de 60 batidas por minuto é capaz de fazer com que tanto o cérebro quanto o coração entrem em sincronia, desacelerando algumas funções nervosas.
A faixa foi testada em mais de 40 mulheres, que realmente apresentaram uma paz de espírito maior após ouvir a melodia. De acordo com o chefe da pesquisa, Dr. David Lewis, o desempenho atingido foi melhor do que em outras músicas que as pessoas usam para relaxar, como Mozart e Enya.
Além disso, os resultados apresentados pela equipe do Dr. Lewis também serviram para comprovar que a música realmente pode ser uma ótima ferramenta de relaxamento, sendo mais eficiente até mesmo do que uma massagem ou uma xícara de chá — lembre-se, é uma pesquisa britânica!
Além disso, o estudo listou as 10 músicas mais tranquilizantes. A Weightless encabeça em primeiro lugar, mas traz alguns nomes famosos em boa colocação, como o grupo Coldplay.
  1. Marconi Union — Weightless
  2. Airstream — Electra
  3. DJ Shah — Mellomaniac (Chill Out Mix)
  4. Enya — Watermark
  5. Coldplay — Strawberry Swing
  6. Barcelona — Please Dont Go
  7. All Saints — Pure Shores
  8. Adele — Someone Like You
  9. Mozart — Canzonetta Sullaria
  10. Cafe Del Mar — We Can Fly

A cantora britânica de 23 anos durante o Grammy 2012, do qual saiu com seis prêmios. Foto: Reuters

A cantora britânica de 23 anos durante o Grammy 2012, do qual saiu com seis prêmios


A cantora britânica Adele desmentiu em seu blog rumores segundo os quais ela ficaria cinco anos afastada da música. A informação, divulgada nesta quarta-feira (15) pela emissora BBC, leva em conta uma recente entrevista publicada pela revista Vogue, na qual a cantora afirmaria ter considerado fazer uma pausa de "quatro ou cinco anos" em sua bem-sucedida carreira.
"Cinco anos? Mais fácil fazer isso por cinco dias!", escreveu a cantora de 23 anos dias depois de ter sido honrada com seis prêmios Grammy na cerimônia realizada no domingo (12), que também representou seu retorno aos palcos mais de dois meses após ter sido submetida a uma cirurgia na garganta.
Segundo o porta-voz de Adele, as declarações teriam sido "um comentário superficial", não algo para realmente ser levado a sério. Por enquanto, ainda não há informações a respeito de quando será realizada a esperada turnê para promover o álbum 21, trabalho que ultrapassou a marca das 15 milhões de cópias vendidas e levou a britânica a se tornar a primeira cantora viva a ocupar dois dos cinco primeiros lugares das paradas de sucesso oficiais do Reino Unido.
"Temos que apoiá-la em seu retorno. Vou deixar que ela desfrute deste momento para não voltar louca. Em breve, nos sentaremos e trabalharemos para decidir o que faremos no futuro", esclareceu o empresário da cantora.
Adele, no entanto, parece não querer esperar muito. No blog, ela ainda escreveu que volta aos estúdios para iniciar o processo de produção de seu próximo trabalho logo depois da apresentação no Brit Awards, premiação a ser realizada no dia 21 de fevereiro, em Londres.


Abafamento nos ouvidos, zumbido e sensação de surdez por minutos e até horas. Esses são alguns dos sintomas comuns a quem festeja o carnaval ao som do batuque das baterias e música alta. Mas o que nem todos sabem é que a exposição prolongada ao barulho excessivo pode causar prejuízos irreversíveis à audição se alguns cuidados não forem tomados.

No carnaval, de acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, medições de anos anteriores chegaram a apontar uma intensidade de som de 120 decibéis, seja na folia pelas ruas, ao som de trios elétricos, ou no sambódromo. O ouvido humano, no entanto, suporta apenas uma intensidade de até 85 decibéis. A Associação estima que cerca de 20% dos brasileiros sofram com algum tipo de perda auditiva.

“O ouvido humano suporta, em média, sons de até 85 decibéis por cerca de oito horas diárias. Se o som atinge 110 decibéis, a tolerância cai para apenas meia hora. E no caso de 120 decibéis, seriam apenas 15 minutos de tolerância para evitar traumas e danos”, explica Marcelo Hueb, presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial.

A exposição prolongada ao barulho, como é o caso de trabalhadores de fábricas e indústrias que não protegem os ouvidos, pode levar à perda definitiva da audição. O mesmo pode acontecer, segundo Hueb, em caso de exposição a som muito alto, mesmo que por um curto período. “No carnaval, os foliões costumam ficar muito perto das fontes de som e expostos durante horas, sem descanso para os ouvidos. Isso pode causar sérios problemas”, diz.

Há 39 anos à frente da bateria da Vai-Vai, o Mestre Tadeu afirma que faz acompanhamento médico para evitar problemas auditivos, mas garante que nunca teve nenhum sintoma. “Ensaiamos cerca de quatro horas por dia e não costumo usar protetores, mas nunca tive problemas. Em todos esses anos tivemos apenas um caso de uma pessoa que começou a perder a audição, mas ainda assim eu prefiro que a bateria não use o protetor porque pode atrapalhar o andamento do ritmo durante o desfile”, afirma.

A rainha Priscila Bonifácio, que desfila junto à bateria da Unidos de Vila Maria, acredita que a adrenalina dos ensaios e do desfile “anestesia” o corpo para qualquer incômodo. “A gente sabe que o barulho não faz bem, mas nunca senti nada. Sou rainha de bateria há três anos e se puder vou sambar no meio dos ritmistas. É maravilhoso. Uma emoção e uma adrenalina que superam qualquer coisa”, conta a musa, de 30 anos.

Apesar da resistência de Mestre Tadeu e Priscila, Hueb afirma que as pessoas que se expõem prolongadamente ao barulho não têm o ouvido “treinado”. “Alguém que fica diretamente exposto ao ruído só não sente os efeitos se for extremamente resistente ou porque ainda não deu tempo de aparecerem os zumbidos causados pela permanência crônica no barulho.”

O otorrinolaringologista Pedro Luiz Mangabeira Albernaz, do Hospital israelita Albert Einstein, e professor da Escola Paulista de Medicina, explica que os sintomas de lesões auditivas podem demorar a aparecer. “Estudos apontam que o trauma acústico pode levar até dez anos para atingir o seu máximo. Um operário submetido a um ruído acima do permitido pode levar dez anos para sentir os sintomas. Esse é o aspecto mais traiçoeiro dos problemas auditivos”, explica.

No caso do Mestre Adamastor, foram necessários 17 anos para sentir os efeitos da exposição ao som alto. Ele comanda a bateria da Acadêmicos do Tucuruvi e procura usar protetores para evitar danos ainda maiores. “Eu já perdi parte da minha audição em virtude de todos esses anos à frente da bateria. Hoje procuro usar protetores sempre que possível, principalmente às vésperas do carnaval, quando os ensaios são mais frequentes. Os agudos da bateria são muito prejudiciais. É preciso cuidado”, conta Mestre Adamastor, que recomenda o uso de protetores por seus ritmistas e demais integrantes da escola.

O técnico de som da Acadêmicos do Tucuruvi, Yves Garcia, confirma a intensidade preocupante do som nos ensaios e desfiles de carnaval. “Na quadra, durante os ensaios, chegamos a registrar um som de cerca de 120 decibéis, porque o ambiente é fechado. No sambódromo, por ser aberto, fica um pouco mais ameno, em torno de 100 decibéis, mas o cuidado ainda assim é imprescindível”, diz.

Com perceber os excessos

Um bom indicador de que o ambiente não está adequado para a saúde dos ouvidos, segundo especialistas, é o nosso tom de voz ao conversar. “É automático que, em locais muito barulhentos, nós aumentemos o volume da voz durante uma conversa. Isso já indica que o ambiente não está adequado”, afirma Albernaz.
Em caso de exposição intensa ao som alto, vale destacar que se o zumbido ou sensação de abafamento durarem por mais de três dias, a recomendação é procurar um especialista para verificar se houve alguma lesão.

Dicas para a folia

O uso de protetores auriculares de silicone moldável é bastante recomendado para os foliões que querem evitar problemas auditivos sérios neste carnaval, porém o acessório pode atrapalhar a comunicação e, por isso, especialistas consideram que o índice de utilização do protetor seguirá muito baixo durante os festejos.
“Seria muito otimista achar que as pessoas irão usar o protetor, então uma boa dica é fazer intervalos de 10 minutos longe do barulho, a cada 30 minutos. Assim o ouvido tem tempo para se recuperar”, orienta Albernaz. Outra dica importante é ficar a uma distância de pelo menos 10 metros da fonte sonora.


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