Archive for 05/05/12

Buchecha quer ressuscitar o funk melody. Na verdade, para ele, o funk nunca morreu. Prova disso é a boa fase do cantor, que está com um novo hit, “Hot Dog”, na novela "Avenida Brasil", e um DVD em homenagem aos seus 15 anos de carreira prestes a ser lançado.
“Quero mostrar que o funk melody não está morto. As músicas que fazem apologia ao sexo e às drogas acabam afastando as pessoas, prejudicam a imagem do funk melody. Mas, hoje, felizmente, não só a comunidade ouve o estilo, eu faço show até no Copacabana Palace”, diz Buchecha
Depois de mais de dez anos sem ter música em trilha de novela – a última foi “Xereta”, junto com Claudinho (que morreu em acidente de carro em 2002) - , o cantor agora anima os bailes charme do Divino Futebol Clube na trama das nove.

Mas Buchecha, que começou a carreira cantando o “Rap do Salgueiro” no Clube Mauá de São Gonçalo, garante que não virou “charmeiro”. “A música, na verdade, não tem tanto a ver com o charme, mas é dançante e combina com o baile na novela”, explica.

 Gaúchos funkeiros

Por incrível que pareça, o DVD dos 15 anos de carreira de Buchecha não foi gravado em São Gonçalo, no Rio. “Minha ideia inicial era essa, pois foi no Clube Mauá onde tudo começou. Mas não conseguimos conciliar as datas”. O disco acabou gravado durante um show em Porto Alegre. E gaúchos gostam de funk, por acaso? Segundo Buchecha, eles adoram: “Para você ter uma ideia, lá o MC Marcinho é rei”.

O DVD teve as participações especiais de Jorge Vercilo e Belo. O primeiro cantou “Andar, andar”, música composta por ele mesmo há anos para a dupla Claudinho e Buchecha. “Mas na época ele ficou com vergonha de mostrar. O Vercilo é meu ídolo, foi uma grata surpresa essa música”, conta Buchecha, que também elogia a presença de Belo. “O que eu posso dizer do Belo? Ele é o cara mais romântico do pagode. Quando entrou no palco, a mulherada gritou” (risos).
O momento mais emocionante do show, no entanto, segundo Buchecha, é quando ele faz uma homenagem a Claudinho. “Eu canto a música ‘Saudade’, e uma imagem do Claudinho aparece no telão. Eu ainda me emociono. A dor da perda a gente até já consegue administrar, mas a dor da saudade não vai embora nunca”, diz.

Três perdas consecutivas
 
Além da morte do amigo e parceiro Claudinho, Buchecha teve outras duas grandes perdas nos últimos dez anos. Três anos depois do acidente de carro fatal, o cantor perdeu a avó para o câncer. “Foi uma morte chorada por meses, anos. Ela era a matriarca da família.”
Em 2010, mais um baque: seu pai, Claudino de Souza Filho, foi assassinado após uma discussão por causa de dez reais. “É difícil aceitar uma morte por um motivo tão banal”, diz Buchecha, com a voz embargada.
Mas, apesar das tragédias, Buchecha conseguiu superar e está seguindo adiante. “A gente não pode se abater, tem que segurar na mão de Deus”, afirma o cantor.
 

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