PAUL MCCARTNEY "GOOD EVENING NEW YORK CITY" | |
Entre as dezenas de tradições que os Beatles instituíram na cultura pop, os shows em grandes estádios são uma das mais perenes. Os Fab Four inauguraram a era dos megaconcertos com uma apresentação no dia 15 de agosto de 1965 no Shea Stadium, em Nova York, para 55 mil pessoas. Mais de quarenta anos depois, o baixista Paul McCartney reviveu seus dias de Beatle tocando no Citi Field, nova versão do Shea, e transformou o show em um CD duplo e DVD. Nada bobo, sir Paul ocupou mais da metade do repertório com canções dos Beatles, misturando algumas que lembram momentos clássicos do show no Shea (como "I'm down") com outras que os Fab Four nunca tocaram ao vivo, como "Lady Madonna". Sobra espaço para homenagens a dois ex-colegas de banda mortos John Lennon com "A day in the life" acompanhada de "Give peace a chance" e George Harrison com "Something". Mas o repertório não fica só em Bealtes, e ao lado de hits da carreira solo de Macca, como "Live and let die" e "Band on the run", vêm músicas mais recentes, como "Only mama knows". (AMAURI STAMBOROSKI JR.) |
BLUR "ALL THE PEOPLE" | |
Com tantas voltas, turnês semi-caça-níqueis e relançamentos especiais, já está ficando fácil declarar em público que o indie rock é o novo classic rock no fundo, a única diferença entre os fãs do Pavement e do Queen é a de idade. Claro que ninguém vai ficar reclamando de poder ver finalmente ao vivo o Dinosaur Jr. com sua formação original, mas um Blur da vida, que já era grande nos 90, não pode alegar nenhum motivo que não monetário para a reunião. Apesar do momento "crítico rabugento", não dá para diminuir a emoção de ouvir Tender" cantada pela multidão reunida no Hyde Park em Londres em julho do ano passado. Ainda no quesito "todo mundo junto agora", o início de "End of a century" tem clima de nostalgia e o encerramento com "The universal" é perfeito. O repertório passa por toda a carreira, tendendo um pouco para o ótimo "Modern life is rubbish". Eles podem tirar nosso dinheiro, mas sabem fazer isso com estilo. (ASJ) |
GARAGE FUZZ - "DEFINITIVELY ALIVE" | |
De todas as bandas da primeira geração do "guitar" brasileiro dos anos 90, o Garage Fuzz é, ao menos tempo, talvez a menos celebrada pelos seus contemporâneos e a mais influente dentro do meio independente nacional. Com 18 anos ininterruptos de carreira, o quinteto de Santos comemora a maioridade com um DVD ao vivo, acompanhado de um CD e de um documentário em média metragem contando a história da banda. Melódico demais para ser punk, rápido demais para ser indie rock, o Garage Fuzz fez no Brasil a ponte entre o hardcore californiano dos anos 80 e a vertente mais melódica (ou pós-Adolescents) da década de 90, pavimentando uma cena que acabaria gerando os emos da segunda metade dos anos 00. No repertório do show, clássicos como "Stream", "Observant" e "Explain" convivem ao lado de faixas mais novas, como a boa "House rules" e a favorita "Embeded needs". No CD, destaque para as inéditas "Old red low top" e "Dive in yourself". (ASJ) |