David Byrne usa prédio em Londres como instrumento musical

'Playing the building' está sendo apresentado no Roundhouse.
Instalação já foi realizada na Suécia e nos EUA.

O músico norte-americano David Byrne. (Foto: Divulgação)

David Byrne não quer abalar geral; talvez, só dar uma mexida nas coisas. O ex-líder do Talking Heads transformou o Roundhouse de Londres, um antigo abrigo de máquinas ferroviárias, em um instrumento musical gigante para a instalação "Playing the building" ("Tocando a construção", em inglês).

O trabalho convida os visitantes a fazerem a estrutura de tijolos e ferro vibrar e oscilar através de uma série de fios e cabos ligados ao corpo de um antigo órgão de pedal. A música produzida é rudimentar, uma cacofonia de "clangs", "uhhhms" e assovios.

"Não dá para tocar Bach", diz Byrne – e isso faz parte do apelo da instalação. "Ele nivela o nível técnico em termos de performance. Todos somos amadores ao tocá-lo. As lições de piano que você teve quando era criança não vão ter muito uso".

Cada uma das teclas está ligada a um dos cabos multicoloridos que se serpenteiam por sobre o órgão em direção ao teto do prédio em estilo vitoriano. Algumas das teclas sopram ar no encanamento do prédio. Outras fazem pedaços de metal baterem em pilares de aço, ou ligam motores que fazem as vigas ressoarem.

"Não tem nenhum amplificador, nenhum aparelho eletrônico ou sample, ou qualquer dessas porcarias modernas", explica Byrne. "É tudo feito de coisas velhas, mecânicas".

Construído em 1846 para a London and Birmingham Railway, o Roundhouse virou uma famosa casa de shows na década de 1960 e 1970, com shows de grupos como Pink Floyd e The Doors. Mas o prédio ficou abandonado por anos até ser reaberto em 2006 como espaço para música e teatro.

 

Produzindo arte


Normalmente ele funciona como anfitrião para a música dos outros. "É a primeira vez que o Roundhouse tem a chance de tocar sozinho", diz o diretor artístico Marcus Davey. Byrne diz que a mudança de papéis é um dos atrativos de "Playing the building". "Nós estamos acostumados a consumir arte e cultura. Nesse caso, temos que produzir".

Byrne, aos 57 anos, forjou uma carreira solo eclética como músico e artista visual desde que a sua banda Talking Heads parou de gravar discos no final da década de 1980. Byrne diz que seu trabalho é guiado por uma inclinação para a acessibilidade, do Talking Heads à sua arte e suas colaborações musicais com o pioneiro da música eletrônica Brian Eno.

"A maior parte das coisas que eu faço não é obscura ou difícil", explica. "Elas têm que ser acessíveis para o cidadão comum".

 

Suécia e EUA


A última turnê de Byrne pela Europa – tocando músicas que compôs com Eno – termina neste domingo (9) no festival Big Chill, na Inglaterra.

Ele também instalou "Playing the building" em uma fábrica abandonada em Estocolmo, na Suécia, e no edifício Battery Maitime em Nova York.

O Roundhouse traz boas lembranças para Byrne, que tocou no local com os Talking Heads em 1976, em uma noite que contou com as bandas punk Ramones e Stranglers. Byrne disse que ele nunca esqueceu o hábito de cuspir dos fãs britânicos. "Para alguns de nós era a primeira experiência com aquelas cusparadas. Então eu nunca esqueci o lugar".

"Playing the building" é apresentado no Roundhouse em Londres entre este sábado (8) e o dia 31 de agosto.

 Studio 2002

Posted by @paulostudio2002 @ sábado, 8 de agosto de 2009 0 comments

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