Armandinho pincela "Volume 5" com um quê de rock

Foto: Reprodução/MySpace

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[TEXTO MARCELO LA FARINA]

Ao lançar "Volume 5", quarto disco de estúdio e quinto da carreira, Armandinho disse que queria "fugir da vala do pop romântico", onde temia ter caído por conta do megahit "Desenho de Deus". E ele, de certa forma, conseguiu. Sem deixar o reggae e o romantismo de lado em momento algum, porém, o músico externou algumas de suas influências roqueiras em riffs e pormenores de guitarras gravadas todas por ele mesmo.

"Como fiquei responsável por todas as guitarras, deixei meu lado rock falar um pouco mais alto. Sempre ouvi muito Black Sabbath, The Clash, Jimi Hendrix, Sublime. Gosto muito do Tom Morello  [Rage Against The Machine] também", conta. Valendo-se de recursos quase minimalistas, Armandinho usou apenas dois pedais de guitarra no disco inteiro: um wha-wha no extremo do agudo e uma distorção atolada no grave, um mix pouco comum e que resulta num som mais aveludado, por assim dizer; ainda mais quando contemplado por linhas de baixo que passeiam entre o convencional e o synth, "que dá um ar mais 'rave'" – como define o próprio Armandinho.

Natural de Porto Alegre, o gaúcho aproveitou o sucesso e uniu o útil ao agradável: mudou-se para Itajaí, Santa Catarina. É lá que passa a maior parte de seu tempo quando não está viajando para fazer shows. "Itajaí é um ponto estratégico; fica exatamente no meio do caminho entre São Paulo e Porto Alegre e me permite muito mais mobilidade para ir e vir durante as turnês. Além de ser um pico extraordinário para o surf". E foi justamente em Itajaí que Armandinho compôs e produziu "Volume 5".

O disco é praticamente dividido em dois blocos distintos: "as músicas mais agitadas, que você pode ouvir num churrasco com os amigos, por exemplo, estão no começo. E as mais tranquilas, românticas, estão do meio para o fim. Afinal de contas, quase ninguém consegue ouvir um álbum de uma vez só; ouvimos um pouco agora, outro pouco depois. Optei por essa divisão para agradar a todos os gostos", explica o músico.

"Volume 5" é recheado de composições que podem facilmente estourar nas rádios de todo o país, como "Tá Todo Mundo Aí", "Tchubirundu" e "Dengo Seu". Mas o ponto alto do álbum fica a cargo de "Como Dois Animais" - versão de Armandinho para a bela música de Alceu Valença. "Mostrei para o Alceu e ele curtiu pra caramba! Fiquei muito feliz, porque admiro o trabalho dele. Ele é o cara mais rock 'n' roll da MPB", orgulha-se Armandinho. "O engraçado é que, se você prestar bastante atenção, vai perceber que eu tento fazer um sotaque pernambucano na gravação. Sou gaúcho e moro em Santa Catarina, e para gravar Alceu não tem como! É preciso se sentir como ele, como um nordestino de verdade, senão não dá certo".

via abril

Posted by Paulo Studio 2002 @ quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010 0 comments

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