A cantora Vanessa da Mata está lançando o disco Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias
Lembranças da infância, alegrias e até algumas tristezas, com pitadas africanas, dão o tom ao novo disco de Vanessa da Mata, Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias.
O álbum já chega às lojas embalado por O Tal Casal, que está nas rádios.
- O Tal Casal ia entrar no Sim [disco anterior da cantora]. Era uma das cinco músicas que ficaram de fora.
O nome inusitado, ela explica, está relacionado a alguns simbolismos. O bolo é lembrança da infância perto da avó, que preparava a iguaria nas tardes.
- A bicicleta tem uma infância, um sabor poético, tem uma brincadeira de imagem brasileira e ao mesmo mais popular, mais interiorana. Hoje em dia é urbana e não só ligada ao domingo... mas eu sempre gostei desse simbolismo da 'magrela'. O bolo também está relacionado às famílias, ao social, à comida, à coisa da avó, do maternal.
Recheado de boas lembranças do passado, mas algumas tristezas também estão ali.
- Não é um disco extremamente feliz, tem umas sombras, mas eu fico um pouco sacaneando o meu lado muito triste. Eu acho que faz parte de um tipo de composição de hoje em dia, em que a mulher não se afunda depressivamente num romance. Eu acho que o romance foi mudando também, não é uma coisa mais leprosa, dramática. Então tem esse lado, tem a tragédia, mas eu rio dela no final.
Composição
Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias ganhou forma em um final de semana solitário em Itaipava.
- Falei para a minha empresária que precisava de algum lugar em que conseguisse me concentrar, não atender telefone nenhum, não ter nenhum outro objetivo senão esse [compor]. Eu fui para a serra do Rio, em Itaipava, fiquei num hotel distante, no final de semana, tentando rascunhar, ter ideias do que poderia me dar uma segurança maior de um disco responsável a ponto de eu me orgulhar.
Nesse final de semana nasceram canções que, segundo ela, enfileiraram o disco, como Te Amo, Vê se Fica Beme Fiu Fiu.
O processo de composição solitário, diz, resultou num disco com poucas parcerias. A influência africana aparece em uma delas, Vá, com o congolês Lokua Kanza.
Gilberto Gil assina com a cantora Quando Amanhecer. A canção nasceu depois de algumas tardes na Bahia, na casa do músico.
- A Flora [Gil, mulher de Gilberto Gil], me chamou, com o Gil, para ir à casa deles passar uma tarde. E todo dia eu ia, eles estavam me convidando todos os dias, e eu ia amarrada. E ele começou a me mostrar rascunhos do disco dele, Fé na Festa. E aí me deu uma melodia, eu acabei fazendo a letra, que foi Lá Vem Ela, que está no disco dele. Essas brincadeiras foram me dando ideias de composição. Aí um dia surgiu essa melodia [de Quando Amanhecer]. Ele começou a fazer a harmonia e depois eu fiz a letra.
Com as ótimas Fiu Fiu e Bolsa de Grife, ela embarca no universo dos dilemas femininos.
- Eu sempre quis fazer uma música com fiu fiu. Acho uma coisa muito boa, mas, se for um cara que não te agrada, o fiu fiu é péssimo. É uma cantada sem palavra nenhuma, que quer dizer muitas coisa. Além de Bolsa de Grife. Falar desse desencontro da mulher e do homem. Eu quis brincar com isso.
Por meio de seu perfil no Twitter, diz que já sabe o que os fãs estão achando do novo trabalho.
- Virei tuiteira. Quando saíam os discos, eu demorava muito até saber da reação das pessoas. Agora eu lancei disco e fico 'E aí, alguém comprou?'. Vem aquele monte de resposta. Me dá um sabor diferente porque eu participo mais, estou um pouco onde a minha música chegou. É como se eu tivesse uma mosquinha na casa da pessoa.
via R7
"O grande segredo para a plenitude é muito simples: compartilhar." --Sócrates
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