Cida Moreira revisita Gershwin, Chico, Caetano e Amy WinehouseBibi Ferreira, Cida Moreira e Florence Welck têm novos trabalhos
Neste Dia Internacional da Mulher, as principais novidades no amplo universo das vozes femininas vêm de artistas das mais diferentes origens, estilos e gerações. A saber: Bibi Ferreira comemora sete décadas de trajetória com álbum dedicado ao repertório nacional, enquanto Cida Moreira reúne canções interpretadas ao vivo no estúdio e Florence Welch apresenta remixes e registros de shows.
Bibi Ferreira Brasileira - Uma Suíte Amorosa é o título do novo álbum da diva Bibi. Aos 88 anos, a cantora, atriz e diretora se debruça sobre alguns dos clássicos do cancioneiro brasileiro. Em interpretações refinadas e de alto teor emocional, Bibi dá voz a temas antigos do Apelo de Baden e Vinicius até As Praias Desertas, de Tom Jobim e também a compositores mais recentes, fazendo a Ponte Aérea de José Miguel Wisnik aproximar-se de Todo Amor que Houver Nessa Vida, de Cazuza e Frejat. Conduzidos pelo piano de Francis Hime, os arranjos primam pela sutileza, muitas vezes sem intervalo entre as canções - o tema instrumental de Eu Sei que Vou te Amar, por exemplo, serve de interlúdio para ligar Preciso Aprender a Ser Só (Marcos e Paulo Sergio Valle) a Meiga Presença (Paulo Valdez e Otávio de Moraes).
O piano é também o instrumento principal em A Dama Indigna, o novo disco de Cida Moreira (foto). A paulista de 59 anos gravou o álbum em duas sessões de estúdio, sem maiores retoques, derramando sua voz grave em um canto carregado de teatralidade. Nesse roteiro, cabem acenos a canções do início do século 20 - como Youkali-Tango, de Roger Fernay e Kurt Weill, e The Man I Love, dos irmãos Gershwin. O Brasil de Caetano Veloso (Mãe, O Ciúme) e Chico Buarque (Uma Canção Desnaturada) também aparece. Assim como o pop mundial, com Soul Love (David Bowie) e Back to Black (Amy Winehouse) - esta última é a síntese e o ápice do disco, com Cida entregando um vocal arrebatado e arrebatador, a ponto de ser mais visceral até do que o da gravação original.
Se Amy Winehouse tem espaço no piano-e-voz de Cida, outra jovem artista inglesa também poderia render uma boa releitura: a estilosa Florence Welch, que prefere ser conhecida pelo codinome de sua banda, Florence and the Machine. Candidata ao Grammy de Revelação do Ano prêmio que as internautas queriam ver nas mãos do cantorzinho pop Justin Bieber, mas que ficou com a jazzista Esperanza Spalding , a garota de 24 anos está nas lojas com uma nova versão de seu disco de estreia, Lungs, que revelou uma cantora e compositora afeita ao drama e ao lirismo, herdeira da soturna Siouxie Sioux, mas também da etérea Kate Bush.
O duplo Between Two Lungs adiciona às canções do repertório original outras gravações - como um dueto com o rapper Dizzee Rascal (You Got the Dirtee Love), um tema da trilha do filmeEclipse, Heavy in Your Arms, mais registros ao vivo e remixes. O encarte traz textos da própria Florence sobre a vida na estrada e a criação de canções como Cosmic Love: "Eu estava de ressaca e, quando a canção chegou, veio como um doce alívio".
via segundo caderno
"O grande segredo para a plenitude é muito simples: compartilhar." --Sócrates
Música é vida!