Filed in
Jack Johnson,
Show
Jack Johnson, além de praticar o surfe, faz música para surfista, diz o senso comum. Mas o que sai do violão do cantor e compositor tem sonoridade bem diferente das grandes ondas que costuma pegar no Havaí natal. Sua música remete mais a uma suave marola, dessas de fim de tarde na praia. Em 10 anos de carreira, desde a estreia com Brushfire fairytales – tem cinco álbuns, o mais recente To the sea (2010) –, Johnson basicamente não mudou em nada. Continua com a mesma banda de amigos, fazendo exatamente a mesma música calma, morna, romântica... igual, para resumir. Isso não o impediu de se tornar um dos grandes nomes da música pop atual. Depois de uma concorrida passagem por Rio e São Paulo, há cinco anos, ele retorna para uma turnê maior. Serão sete capitais, começando por São Paulo, no dia 21. Belo Horizonte será a segunda cidade a recebê-lo. Por aqui, o show será no dia 24, no Mineirinho.
O ginásio está a quilômetros de distância de ser o ambiente ideal para receber o som de Johnson. Sua música cabe mais a uma roda de violão num fim de tarde. Mas isso não costuma fazer muita diferença, já que ele vem lotando espaços para milhares de pessoas nos últimos anos. Bom vendedor de discos, coisa rara no cenário atual, ele, verde de carteirinha, é muito ativo entre as causas ambientais. Mantém uma fundação que sustenta a educação ambiental em escolas havaianas (Kokua Hawaii Foundation) e realiza um festival para arrecadar fundos para essa iniciativa. Em 2008, doou toda a renda de sua turnê para causas ambientais. Está repetindo o feito este ano. Mais: To the sea foi gravado em estúdio movido a energia solar e lançado em embalagem feita de material reciclado.
Antes de se dedicar à música, Jack Johnson teve carreira como surfista e também dirigiu documentários sobre o mundo das ondas. Hoje, só pratica as duas atividades como hobby – "de vez em quando até faço câmera para alguns amigos" –, já que a música e as atividades em prol do meio ambiente dominam seu tempo. Johnson foi levado para o mundo da música por Ben Harper, este realmente um artista que lança discos para lá de relevantes. A repercussão dos trabalhos do havaiano foi tal que ele acabou sendo o responsável por uma onda de surfistas/músicos. Lá fora, um nome que pegou carona na prancha de Johnson é Donavon Frankenreiter. No Brasil, alguns nomes são Armandinho e Seu Cuca. Até Teco Padaratz, surfista profissional dos mais conhecidos do país, formou o grupo El Niño.
Sem parecer dar bola para o sucesso – “o que faço são simples canções que têm o poder de atingir muita gente” – Johnson leva uma vida calma, longe da badalação do showbizz. Prestes a completar 36 anos (no dia 18 deste mês) vive com a mulher e os três filhos no Havaí. “Quando não estou em turnê, tenho muito o que fazer. Levo e busco as crianças na escola, na aula de natação. Também estou com muito trabalho em casa. Tenho 10 novas galinhas no quintal e só agora estou aprendendo a lidar com elas”, afirma em entrevista ao Estado de Minas.
ENTREVISTA
Brushfire fairytales, seu álbum de estreia, está completando 10 anos. Desde então, sua sonoridade não mudou. O que diz para os críticos que afirmam que você sempre faz a mesma música?
Não penso muito nisso. A minha função é criar canções e lançá-las e não acho saudável prestar muita atenção no que um crítico diz. Às vezes, um comentário pode até ajudar, mas por outro lado uma crítica muito negativa pode machucar. No fim das contas, críticas não devem ser levadas a sério. Além do mais, minha música é muito tradicional, baseada no violão. Não faço um tipo de som de banda, coisas mais trabalhadas, como Radiohead e White Stripes, grupos que gosto muito, aliás.
Na primeira vez que se apresentou no Brasil, em 2006, houve uma demanda enorme para os shows. Na época, houve confusão de ingressos e a sua turnê chegou a ser comparada à do U2. O que acha de uma música tão tranquila causar tanta comoção no público?
É algo muito louco. Sob a minha perspectiva, isso pode até ao mesmo tempo confuso e excitante. O que tento é não dar muita importância a isso, pois ao longo do tempo cheguei à conclusão de que o que faço são simples canções que têm o poder de atingir muita gente. Nesse tempo, lancei álbuns diferentes, toquei em diferentes lugares em todo o mundo. E nem todos fizeram tanto sucesso. Acho que essa repercussão que houve no Brasil e também em outros países é uma questão de sorte.
Isso ocorreu há cinco anos. De lá pra cá seus shows continuam com demanda tão grande?
Naquela época estava trabalhando pesado demais, fazendo visitas a lojas de discos, sessões de autógrafos, participações em vários programas de rádio. Hoje, não faço tanto trabalho de divulgação, então as coisas estão mais tranquilas.
A preocupação ambiental é uma constante em sua carreira. Shows para grandes públicos, como os que você irá fazer no Brasil, causam um impacto forte no meio ambiente. Não pensa em fazer shows menores?
Já cheguei a pensar nisso, principalmente depois da turnê de 2006. No meio dessa discussão, pensei em fazer diferente. Em vez de parar de tocar, quis tentar trazer a responsabilidade também para a indústria de shows. Ou seja, hoje tentamos fazer com que os shows tenham menos impacto para o meio ambiente. Além disso, também estamos doando 100% da renda da turnê para projetos de música e educação ambiental.
Hoje a venda de discos é muito menor se comparada à da época em que você lançou seu álbum de estreia. De uma maneira geral, bandas e artistas ganham seu sustento com os shows.
Na verdade, no passado não poderia ter doado a renda. Hoje posso, me sustento só com a venda dos discos. Não é uma coisa fácil de se fazer, mas como disse, sou uma pessoa de muita sorte. Então, faço.
JACK JOHNSON
Show dia 24, a partir das 20h, no Minerinho. Abertura com G. Love. Ingressos: arquibancada 1º lote: R$ 140 e R$ 70 (meia); pista 2º lote: R$ 220 e R$ 110; pista premium 1º lote: R$ 260 (preço único). À venda nas lojas Ingresso Rápido (5ª Avenida); Leitura (BH Shopping e Savassi); Fnac (BH Shopping); e Me Leva Folia (Rua Timbiras, 2.777); site www.hte.com.br e fone 4003-1212. Classificação etária: 16 anos (arquibancada e pista) e 18 anos (pista premium).
Não penso muito nisso. A minha função é criar canções e lançá-las e não acho saudável prestar muita atenção no que um crítico diz. Às vezes, um comentário pode até ajudar, mas por outro lado uma crítica muito negativa pode machucar. No fim das contas, críticas não devem ser levadas a sério. Além do mais, minha música é muito tradicional, baseada no violão. Não faço um tipo de som de banda, coisas mais trabalhadas, como Radiohead e White Stripes, grupos que gosto muito, aliás.
Na primeira vez que se apresentou no Brasil, em 2006, houve uma demanda enorme para os shows. Na época, houve confusão de ingressos e a sua turnê chegou a ser comparada à do U2. O que acha de uma música tão tranquila causar tanta comoção no público?
É algo muito louco. Sob a minha perspectiva, isso pode até ao mesmo tempo confuso e excitante. O que tento é não dar muita importância a isso, pois ao longo do tempo cheguei à conclusão de que o que faço são simples canções que têm o poder de atingir muita gente. Nesse tempo, lancei álbuns diferentes, toquei em diferentes lugares em todo o mundo. E nem todos fizeram tanto sucesso. Acho que essa repercussão que houve no Brasil e também em outros países é uma questão de sorte.
Isso ocorreu há cinco anos. De lá pra cá seus shows continuam com demanda tão grande?
Naquela época estava trabalhando pesado demais, fazendo visitas a lojas de discos, sessões de autógrafos, participações em vários programas de rádio. Hoje, não faço tanto trabalho de divulgação, então as coisas estão mais tranquilas.
A preocupação ambiental é uma constante em sua carreira. Shows para grandes públicos, como os que você irá fazer no Brasil, causam um impacto forte no meio ambiente. Não pensa em fazer shows menores?
Já cheguei a pensar nisso, principalmente depois da turnê de 2006. No meio dessa discussão, pensei em fazer diferente. Em vez de parar de tocar, quis tentar trazer a responsabilidade também para a indústria de shows. Ou seja, hoje tentamos fazer com que os shows tenham menos impacto para o meio ambiente. Além disso, também estamos doando 100% da renda da turnê para projetos de música e educação ambiental.
Hoje a venda de discos é muito menor se comparada à da época em que você lançou seu álbum de estreia. De uma maneira geral, bandas e artistas ganham seu sustento com os shows.
Na verdade, no passado não poderia ter doado a renda. Hoje posso, me sustento só com a venda dos discos. Não é uma coisa fácil de se fazer, mas como disse, sou uma pessoa de muita sorte. Então, faço.
JACK JOHNSON
Show dia 24, a partir das 20h, no Minerinho. Abertura com G. Love. Ingressos: arquibancada 1º lote: R$ 140 e R$ 70 (meia); pista 2º lote: R$ 220 e R$ 110; pista premium 1º lote: R$ 260 (preço único). À venda nas lojas Ingresso Rápido (5ª Avenida); Leitura (BH Shopping e Savassi); Fnac (BH Shopping); e Me Leva Folia (Rua Timbiras, 2.777); site www.hte.com.br e fone 4003-1212. Classificação etária: 16 anos (arquibancada e pista) e 18 anos (pista premium).
Posted by Paulo Studio 2002
@ terça-feira, 10 de maio de 2011
0 comments
"O grande segredo para a plenitude é muito simples: compartilhar." --Sócrates
Música é vida!