Inspirado por churrascos, Seu Jorge lança disco 'para ouvir lavando carro'

Para a maioria, churrascos nada mais são do que litros de cerveja somados a quilos de carne na brasa. “As manifestações são diferentes”, corrige Seu Jorge, que lança “Músicas para churrasco – Volume 1”, no qual canta personagens como “A doida”, “Vizinha”, "Meu parceiro" e “Japonesa”.

Ele ainda não definiu quantos volumes vai lançar, mas parece ter muito carvão para queimar. “Depende da evolução das personagens e dos ambientes que elas frequentam”, contextualiza. “Estudo a ideia de mostrar o churrasco como um evento. São diferentes os churrascos que podem surgir: churrasco só de carne, churrasco que tem maionese, arroz. Há uma série de coisas, que eu e o núcleo que compõe as músicas estamos estudando.”

Jorge costuma dizer que suas músicas são "classe média alta". Mas esclarece que a expressão, importada do vocabulário dos pernambucanos da banda Nação Zumbi, não coincide com a classe social que consome suas iguarias.
"É um disco muito popular. Sinto uma adesão das pessoas, uma vontade de se divertir com as personagens em festas informais. É para ouvir lavando carro ou ir à padaria escutando no iPod”, prescreve.

A patota de Jorge é formada por Gabriel Moura, Pretinho da Serrinha e Rogê, parceiros de composição e músicos do CD. Juntos, pretendem criar “uma dramaturgia com músicas animadas e divertidas”. “Vamos acabar investigando várias sonoridades. Quero fazer com que a música seja oficialmente negra, black. A coisa suburbana que não é só o samba. Escutamos Ray Charles, Nat King Cole. Quero trazer a influência dessa música lá de trás até hoje.“

Para fazer um disco ou para preparar uma carne, ensina o cantor, o princípio é o mesmo. “Só tem animação quando há um coletivo bom. Tem que ter uma turma animada, com disposição. Tem que agitar as coisas: um pega a carne, outro acende, um fica tomando conta da carne pra ver se vai queimar, outro escolhe as músicas. Pode ter legume, fruta. Pode grelhar o que você quiser. Churrasco não é só carne. É comer, beber e cantar.”

O cantor carioca passou muito tempo fora do Brasil na década passada (entre filmes e shows), mas garante que sempre foi celebrado por aqui, só não teve “tempo para desfrutar disso”. “Eu percebo que a imprensa agora não tem mais como fingir que eu não existo”, provoca. “Meu público cresceu no Brasil. Agora, as pessoas querem saber dos meus trabalhos antigos e conhecer meu histórico. Eles têm mais consciência do meu investimento fora do Brasil.”


Posted by Viviani Corrêa @ sexta-feira, 22 de julho de 2011 1 comment

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Que venha seu Jorge então e feijoadas, rabadas, domingueiras. Achei a ideia legal!

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