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NX Zero,
Viviani Correa
Parece que foi ontem que ecoava por aí o refrão-chiclete “entre razões e emoções, a saída é fazer valer a pena”. Mas a música, “Razões e emoções”, primeiro grande sucesso dos rapazes do NX Zero, já tem seis anos. E, naquela época, eles nem imaginavam o que estava para acontecer. Comemorando a primeira década da banda, Di Ferrero (voz), Gee Rocha (guitarra), Dani Weksler (bateria), Caco Grandino (baixo) e Fi Duarte (guitarra) falam com carinho do início da carreira, e, a convite do EXTRA, pontuam momentos marcantes desses dez anos (veja no quadro os depoimentos).
— Nossa, tão bom lembrar dessas coisas, contar agora depois de tanto tempo! — comemora Di, entre uma história e outra.
Lançando o CD e DVD “Multishow ao vivo — NX Zero 10 anos”, que chega às lojas amanhã (hoje à noite, o show ainda inédito, gravado em maio em São Paulo, será exibido no canal por assinatura, às 19h), os músicos não são mais os moleques que eram quando começaram.
— Todos nós, quando garotos, trabalhamos na Teodoro (rua famosa em São Paulo com lojas de instrumentos musicais). Fui crente que ia aprender mais sobre música, ia tocar alguma coisa e tal. Nada... Era só para vender! Aí eu peguei minha mochila e fui embora uma semana depois, nem pedi demissão (risos) — conta Di, que, antes do NX, montou com Gee, seu amigo mais antigo entre os integrantes, outras quatro bandas.
Todos por volta dos 25 anos e compromissados, com exceção de Caco (“Mas não estou procurando, não. Estou bem”, avisa), eles viraram gente grande. E até pensam em ter filhos!
— Planejamos ser pais ao mesmo tempo para as crianças crescerem juntas — explica Di, que namora há dois anos a atriz Mariana Rios: — Por enquanto ainda não dá, mas assim que for possível a gente vai morar junto.
O motivo que impede os pombinhos de dividirem o mesmo teto agora é simples: trabalho. Mês que vem, por exemplo, a banda vai estar no palco principal do Rock in Rio, evento que volta à cidade depois de dez anos (olha a coincidência!).
— Fui no de 2001, em três dias. Mas queria mesmo era ver Foo Fighters. Nossa! Chorei, passei mal de emoção. Agora, saber que vamos nos apresentar lá, no mesmo lugar... Caramba. A ficha ainda não caiu direito — diz Dani, casado desde dezembro com a cantora Pitty.
O show da banda no festival vai durar 50 minutos, só com os grandes sucessos no repertório.
— Quem já tocou no Rock in Rio costuma dizer que o mais difícil é entrar no palco, porque trava. Tem gente que tem que ser empurrada — conta Gee, preocupado.
“Por mais que eu acreditasse que a banda poderia dar certo, às vezes eu achava que não ia rolar, que a gente estava no caminho errado. Hoje vejo que estava errado. O sucesso trouxe muitas coisas legais, mais do que chatas. Noutro dia, meu porteiro “cabeção” ligou pra minha casa às 4h da manhã porque tinha uma galera gritando na rua. Fiquei incomodado, é um excesso de carinho, né? Mas a parte boa da minha vida, hoje, é tão grande que isso nem chega a ser ruim”
DI FERRERO
“Meu pai morreu quando eu era pequeno, minha mãe criou três filhos sozinha. Lembro de a gente passar por muitos perrengues. Desde que nasci, nunca tinha tido uma casa própria. Hoje eu tenho e ajudo minha família. Quando penso em como era minha vida e como ela é agora, esse é o maior baque. Eu não tinha dinheiro para comprar uma guitarra. A minha primeira consegui vendendo um baixo que tinha ganhado de presente um músico amigo meu mais a guitarra que o Di tinha. Aliás, estou devendo até hoje uma guitarra a ele... (risos)”
GEE ROCHA
“Antes, as pessoas subiam no palco para cantar ou dar um ‘mosh’. Agora, sobrem para arrancar cabelo, agarrar. Hoje em dia eu não tenho mais uma vida normal. Me culpo às vezes por acordar às 14h, mas fazer o quê? Nossos horários são diferentes, não temos hora para começar e terminar de trabalhar. ”
DANI WEKSLER
“Antigamente, a gente montava e desmontava tudo, pegávamos equipamentos e até instrumentos emprestados. Hoje não... Temos toda uma equipe, uma estrutura. Tenho mais de uma guitarra, e consegui já comprar um amplificador! (risos) Tudo isso é ótimo! Mas às vezes sinto falta do convívio com outras bandas. Fora isso, estamos mais velhos hoje, a responsabilidade aumentou. E nossos fãs cresceram... Noutro dia, umas meninas foram em um estacionamento onde estávamos e falaram que só estavam dando uma passada, já que hoje em dia elas não têm mais tempo para ficarem nos seguindo por aí porque estão na faculdade (risos)”
FI DUARTE
“Desde garoto tive banda, sempre quis ser profissional. E aconteceu, deu certo. Mas acho engraçado chamar de trabalho uma coisa que faço sem esforço algum, que faço com tanto gosto. Lembro quando, em 2007, falaram que nós não dividiríamos mais um quarto de hotel, que cada um teria o seu. Nossa! Para os outros isso foi muito bom, mas eu não me dou bem sozinho. Demorei a me acostumar (risos)”
CACO GRANDINO
Posted by Viviani Corrêa
@ terça-feira, 23 de agosto de 2011
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