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Rock in Rio
Terminada a primeira parte da maratona musical, vamos às análises dos três primeiros dias de Rock in Rio.
Excelentes
Slipknot: um showzaço dentro da proposta da banda. Pirotecnia, atitude, exploração de efeitos visuais e um som muito pesado e super bem feito. O cantor Corey Taylor e o baterista "Joey" Jordison sobresaem numa banda tecnicamente excelente.
Metallica: sabem tudo de metal. Não à tôa são considerados uma das melhores bandas do estilo em todos os tempos. Um set list recheado de clássicos e uma execução pesada e impecável.
Capital Inicial: Dinho estava iluminado: brincou com a massa como se estivesse num barzinho, distribuiu água, deu bronca em quem estava empurrando, dedicou a Sarney a música "Que país é esse?" e cantou muito bem.
Red Hot Chili Peppers: se redimiram do show fraco na terceira edição. Sua cozinha é perfeita: Flea é um monstro e Chad Smith não fica muito atrás.
Mike Patton/Mondo Cane/Orquestra de Heliópolis: ótima surpresa. Que o vocalista do Faith no More é um autêntico showman, já sabíamos desde a segunda edição, em 1991. Agora, cantar clássicos do cancioneiro italiano botando uma orquestra para dançar foi fantástico.
Muito bons
Elton John: prejudicado por ter sido escalado para se apresentar para fãs de Rihanna e Katy Perry, o inglês tocou vários de seus belíssimos hits para uma platéia pouco interessada em música de verdade.
Titãs/Paralamas/OSB: um setlist enxuto, alternando clássicos das duas bandas, abriu com louvor o festival. Maria Gadú entrou empolgadíssima para cantar "Lourinha Bombril" e também fez bonito. A lamentar, apenas a equivocada abertura com Milton Nascimento tentando cantar "Love of my life" na companhia de Toni Belotto. O cantor não esteve à vontade em nenhum momento e Toni fez figuração. Uma excelente idéia com uma péssima execução.
Motörhead: vovô Lemmy deu uma pequena aula de como se faz o bom e velho rock’n roll de uma forma direta, simples e sem firulas.
Milton Nascimento/Esperanza Spalding: Se redimindo da véspera, Milton subiu ao Palco Sunset no domingo na companhia da ótima cantora e contrabaixista para fazer um pequeno resumo de sua carreira em um show corretíssimo e emocionante.
Sepultura/Les Tambours Du Bronx: uma deliciosa mistura do peso da banda mineira com o grupo percussivo francês. Peso e agressividade na medida exata.
Bons
Coheed and Cambria: ótima surpresa. Um som pesado e bem elaborado. Se sua obra fosse mais conhecida pelo público, seria muito melhor.
Stone Sour: outra grande surpresa. Corey Taylor é excelente cantor e mostrou que não vive só de berros.
Ed Motta/Rui Veloso/Andreas Kisser: um show repleto de clássicos do rock, com cinco guitarristas no palco, incluindo o lendário Paulinho Guitarra, ex músico de Tim Maia. Alguns tons originais ficaram altos para Ed Motta (como "Layla", por exemplo), que também andou inseguro lendo algumas das letras. Andreas Kisser acabou sendo só mais um no palco, mas no fim, valeu a mistura.
Angra/Tarja Turunen: o metal melódico do Angra perdeu bastante depois da saída do cantor André Matos. Edu Falaschi não tem o mesmo nível de seu antecessor. Tarja Turunen arrebentou e "Wuthering Heights" de Kate Bush foi um dos grandes momentos do festival até agora.
Katy Perry: dentro da proposta da cantora, a apresentação surpreendeu. Com um pop rockzinho pegajoso e explorando o impacto visual, o show alcançou seu objetivo: divertir.
Ruins
Gloria: tem algo de errado. O que fazia esta banda no Palco Mundo e o Sepultura no Sunset?
Snow Patrol: a maior decepção. A cansativa voz de Gary Lightbody e o tom melancólico de suas canções fizeram com que o show fosse uma das coisas mais chatas do festival até agora.
Rihanna: uma boa banda, uma boa produção e uma boa cantora. Se seu repertório não fosse tão ruim, seria perfeito. Suas músicas são descartáveis e lhe garantem um sucesso efêmero. Ainda bem que as modas passam.
Cláudia Leitte: nem uma super banda, uma grande produção e o apelo de inserir "Dyer maker", "Dancin’ Days" e "Manguetown" salvaram o show. Sem voz, sem carisma e sem repertório, uma hora pareceram uma eternidade.
NX Zero: a banda deu sorte de surgir numa época de carência no gênero. Letras bobas, canções mal construídas e um cantor sofrível.
Sandra de Sá/Bebel Gilberto: Bebel fez de tudo para estragar o show como poucas vezes vi na vida: leu as letras (mal), entrou errado nas músicas, semitonou muito e deixou cair seu fone várias vezes. Não foi só: sem o menor carisma, tentou fazer graça com a plateia e brigou com seu vestido durante todo o show. Para coroar a tarde desastrosa, tentou pular a canção "Brasil" por falta de tempo e não foi atendida pelos músicos. Quando percebeu que não havia sido atendida, pediu para que a banda parasse no meio para começar "Eu preciso dizer que te amo" e, com o tempo esgotado, saiu do palco ainda nos primeiros versos da música. Sei não, mas se eu fosse o Cazuza, estaria um pouco chateado.
por Cláudio Francioni
Posted by Paulo Studio 2002
@ terça-feira, 27 de setembro de 2011
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