Você já ouviu falar em Loudness War? Trata-se de um termo utilizado por produtores e músicos independentes para designar as atuais práticas das grandes gravadoras de discos, que optam por criar faixas com volume muito mais alto, em detrimento da real qualidade das músicas que está sendo produzida.
Da esquerda para a direita: o volume está cada vez mais alto (Fonte da imagem: Reprodução/Brain Pickings)
De uma maneira resumida: os engenheiros de som pegam as faixas gravadas e as comprimem, fazendo com que elas pareçam muito mais altas do que seriam normalmente (devido às limitações dos CDs e também das mídias digitais). O problema é que, para conseguir atingir esses volumes, algumas notas são simplesmente perdidas.
Para entender melhor, você pode ver este vídeo (em inglês), mas o Studio2002 trouxe os exemplos aqui mesmo neste artigo. Primeiro, analise o seguinte espectrograma, que representa a captura original do áudio de alguns músicos.
Para que todas as notas sejam reproduzidas com a máxima perfeição, o espectrograma exportado precisa ser exatamente igual ao que você está vendo na imagem acima. O problema é que, dessa forma, o som ficaria um pouco baixo (para os atuais padrões, mas muito similar ao oferecido por discos de vinil e fitas cassete).
Visando conseguir maiores volumes, os engenheiros de som pode realizar uma compressão digital, fazendo com que o espectrograma tome o seguinte formato:
Com isso, o áudio fica bem mais alto, o que é ideal para as atuais exigências das gravadoras. O problema disso pode ser percebido na próxima imagem. Toda a região que está em vermelho (que poderia ser ouvida anteriormente) é perdida na exportação do som.
Qualidade x Volume
O site Production Advice, especializado em produção musical, publicou um infográfico para mostrar as diferenças da qualidade sonora entre as fases musicais (vinil e cassete; CD e mídia digital). Os dois itens avaliados no processo são o Dynamic Range (responsável pelo “impacto” do áudio) e o volume (em decibéis).
Como pode ser visto, as duas grandezas são inversamente proporcionais. Ou seja, para que o volume seja aumentado, é realmente necessário que a profundidade das notas seja retirada. Quem perde muito com isso são as baterias, que têm os pratos mais secos e o bumbo com menos sustentação, por exemplo.
No infográfico, você pode ver diversos álbuns que ficaram muito famosas nos últimos tempos. Assim que tiver um tempo, ouça cada um deles (prestando muita atenção na parte instrumental) para perceber melhor o que estamos falando no texto.
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Por essas razões, há muitas pessoas que afirmam que a indústria fonográfica transformou a música em “uma porcaria”. Também existe muita gente que não se importa com isso, pois prefere ouvir músicas muito mais altas do que seria possível sem a compressão. Você se encaixa em qual perfil?
Posted by Paulo Studio 2002
@ sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
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