Analógico ou digital? Quando o assunto é som, esta ainda é uma discussão quente não só entre técnicos e engenheiros de som, mas também entre grandes artistas e amantes da música em geral.
Até os anos 90, a diferença entre o digital e o analógico era grande. Hoje, os formatos digitais evoluíram bastante. Há diferenças, é claro. Mas, ficou mais fácil compreender os pontos fortes e fracos de cada lado da discussão.
"É uma diferença subjetiva e que esbarra no gosto pessoal. Tem quem goste do timbre do vinil, dos harmônicos, da textura sonora daquela mídia. Porém, pelo olhar técnico, as frequência digitais que você tem hoje transcendem a do vinil", diz o produtor musical João Marcello Bôscoli.
Resumindo, logo de cara, podemos dizer que não existe “melhor ou pior”... tudo depende de como o ouvinte percebe o som. Tem gente que sequer consegue perceber qualquer diferença. Tem aqueles que têm ouvidos mais apurados, mas entendem que é questão de gosto entre o analógico e o digital. E ainda tem os puristas, que se acostumaram com o timbre analógico e não abrem mão dele... é mais ou menos como o gosto por carros...
"Tem quem gosta de carro com motor v8 carubrado e faz barulho. E tem quem gosta de carro turbo, com injeção eletrônica e silencioso", explica Luiz Eduardo Sampaio, professor de produção musical.
Números falam por si só. Segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica, em 2012 os discos lançados em vinil renderam um total de 117 milhões de dólares; o melhor resultado do formato nos últimos 15 anos. Este mês, a Nielsen SoundScan – sistema de informação que faz o levantamento de vendas dos mercados fonográficos dos Estados Unidos e do Canadá – anunciou que, só na primeira metade deste ano, a venda dos discos em vinil nesses países cresceu 33,5%. No Reino Unido, o crescimento das vendas de vinis no primeiro trimestre de 2013 foi ainda maior: 78%. O Brasil segue a mesma tendência. Por aqui, de acordo com o site de comércio eletrônico Mercado Livre, a venda das bolachas subiu 6% nos últimos 12 meses e já responde por 27% do volume no setor de música do portal.
Mas, claro, hoje a música em formato digital predomina em todos os segmentos. A questão é que a tecnologia levou o som digital a tal patamar que hoje é possível digitalizar um vinil e alcançar um resultado exatamente igual à gravação original; sem qualquer perda ou diferença.
Muitos artistas ainda preferem gravar em formato analógico; em fitas magnéticas. E os melhores estúdios oferecem a possibilidade de gravar de forma analógica e ao mesmo tempo digitalizar esta gravação. Mas hoje isso é para poucos.
" Hoje mais de 99% das gravações do mundo são feitas digitalmente. A fita virou um luxo que poucas pessoas têm acesso", explica Bôscoli.
Outra maneira de se obter o glamour do timbre analógico é através da própria tecnologia; por mais estranho que isso possa soar. Hoje, aplicativos e softwares específicos conseguem incluir os efeitos da gravação analógica mesmo quando esta foi totalmente feita em arquivos digitais.
" Hoje mais de 99% das gravações do mundo são feitas digitalmente. A fita virou um luxo que poucas pessoas têm acesso", explica Bôscoli.
Outra maneira de se obter o glamour do timbre analógico é através da própria tecnologia; por mais estranho que isso possa soar. Hoje, aplicativos e softwares específicos conseguem incluir os efeitos da gravação analógica mesmo quando esta foi totalmente feita em arquivos digitais.
Bom, o vinil e outros formatos analógicos atingiram seu ápice já há algum tempo. É difícil melhorar o que já está muito bom e agrada tanta gente; quer dizer, se melhorar estraga. Já o áudio digital evoluiu muito nos últimos anos e continua surpreendendo músicos, produtores e até os mais conservadores.
Para se ter uma ideia, o CD tem uma resolução de áudio de 16 bit com uma frequência de 44,1 kilohertz. Atualmente, o melhor arquivo de som digital alcança 32 bit com frequência de 192 kilohertz – bem superior ao CD. Bom, mas o que isso significa?! A audição humana é capaz de captar sons na faixa de 20 hertz até 20 kilohertz. Fora desses limites, não conseguimos ouvir sons, mas podemos senti-los. Ou seja, a qualidade e resolução dos melhores sons digitais são tão boas que vão além da nossa capacidade auditiva... o que serve para “sentirmos” agudos clássicos ou graves super potentes fazendo o coração bater mais forte.
Segundo nossos entrevistados, o formato que você escolhe para baixar ou comprar suas músicas digitais não é tão importante.
" São todos iguais e muda apenas o tipo de arquivo para determinado sistema operacional", diz Sampaio.
A diferença está na taxa de compressão desses arquivos. Entenda: quanto maior a compressão de um arquivo, maior a perda em relação à gravação original e – consequentemente – menor o tamanho deste arquivo. Agora, quanto menos comprimido for o som original, melhor a qualidade, mas também, maior o tamanho.
"Eles eliminam partes do arquivo original, comprimem e guardam apenas determinada mostra deste som que, quando é reproduzido, o software tente apenas reproduzir pedaços que não foram gravados. Guarda um pedacinho pra depois tentar reproduzir o todo", explica Sampaio.
"Se é uma música que você gosta, procure sempre ouvir o formato com a melhor resolução dentro da mídia que escolher", conta Bôscoli.
O assunto é polêmico. Em “Sound City”, Dave Grohl defende com unhas e dentes a música captada de forma analógica e crua, sem qualquer auxílio de computadores. Na visão dele, o elemento humano é indispensável para manter o espírito do rock e da música em geral vivo. No filme, tecnologias como o CD e sintetizadores são quase vistas como “inimigos” da música.
"Eles eliminam partes do arquivo original, comprimem e guardam apenas determinada mostra deste som que, quando é reproduzido, o software tente apenas reproduzir pedaços que não foram gravados. Guarda um pedacinho pra depois tentar reproduzir o todo", explica Sampaio.
"Se é uma música que você gosta, procure sempre ouvir o formato com a melhor resolução dentro da mídia que escolher", conta Bôscoli.
O assunto é polêmico. Em “Sound City”, Dave Grohl defende com unhas e dentes a música captada de forma analógica e crua, sem qualquer auxílio de computadores. Na visão dele, o elemento humano é indispensável para manter o espírito do rock e da música em geral vivo. No filme, tecnologias como o CD e sintetizadores são quase vistas como “inimigos” da música.
Mas, tem muita gente do outro lado do muro também. Grandes nomes da música mundial defendem a tecnologia como ferramenta inevitável. Will.i.am, líder do Black Eyed Peas, é só um dos exemplos. E você, também é fã de um bom som? O que acha dessa história? Participe você também dessa eterna discussão e deixe sua opinião nos comentários. Você vai de analógico ou de digital?
Posted by Paulo Studio 2002
@ domingo, 8 de setembro de 2013
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Música é vida!