Foi impossível ignorar. As listas de discos mais vendidos, shows mais abarrotados e canções mais executadas em rádios foram dominadas pelo tal "sertanejo pegação", estilo que fez sucesso ao limar de vez a dor de cotovelo dos versos. Na melodia e nas letras, os hits trazem elementos antes associados ao funk, forró e pagode (veja quadro abaixo).
Não à toa, porque a maior parte foi composta e gravada originalmente nesses estilos. Muitas das músicas que estouraram nas rádios este ano fizeram sucesso antes no Nordeste, com outros ritmos e intérpretes.
Uma das principais pontes entre a popularidade regional e o domínio das paradas nacionais é o vocalista da banda de forró Garota Safada, Wesley Safadão, uma espécie de embaixador dos forrozeiros no universo dos ídolos sertanejos. Por meio dele, por exemplo, versos escritos por Abdias Ursulino de Araujo Neto, o Cabeção do Forró, foram parar no repertório de Bruno & Marrone: "Tentativas em vão" leva a assinatura do hitmaker potiguar.
Não à toa, porque a maior parte foi composta e gravada originalmente nesses estilos. Muitas das músicas que estouraram nas rádios este ano fizeram sucesso antes no Nordeste, com outros ritmos e intérpretes.
Uma das principais pontes entre a popularidade regional e o domínio das paradas nacionais é o vocalista da banda de forró Garota Safada, Wesley Safadão, uma espécie de embaixador dos forrozeiros no universo dos ídolos sertanejos. Por meio dele, por exemplo, versos escritos por Abdias Ursulino de Araujo Neto, o Cabeção do Forró, foram parar no repertório de Bruno & Marrone: "Tentativas em vão" leva a assinatura do hitmaker potiguar.
"Os sertanejos estão privilegiando o nosso estilo. Descobriram a mina de ouro que tem no Nordeste. Eles vão nos ajudar a entrar no sul e vamos fortificá-los aqui”, prega Wesley, que já gravou "Ai se eu te pego", antes de Michel Teló. Para o cantor, fechar bons contratos com compositores de forró que cedem direitos autorais para editoras é tão importante quanto uma boa performance nos palcos. "Ter a autorização para cantar uma música é igual comprar um carro. Você compra e a música é sua", compara.
A rápida ascensão do paranaense Michel Teló, que começou como vocalista do grupo Tradição, resume a nova pegada do estilo. "Fugidinha", sucesso entre 2010 e 2011, foi escrita pelos pagodeiros Thiaguinho e Rodriguinho. “O lance de eles gravarem músicas minhas mostra que não existe mais preconceito. A mesma menina pode gostar de mim, do Luan Santana e do Restart. Abre leque para sonoridades diferente”, explica Thiaguinho, vocalista do Exaltasamba, que prepara carreira solo para 2012.
A mistura é o ingrediente principal do "sertanejo pegação", ou sertanejo de balada. A definição é do próprio Teló. Em 2011, a agenda dele foi preenchida com 220 shows, sustentados em boa parte pelo hit "Ai se eu te pego". “É como o rock, que tem vários estilos. Não desvirtua, faz parte da evolução. É para acompanhar o tempo da galera de hoje. O sertanejo entendeu o que a galera está querendo. A balada sertaneja é boa para a turma da pegação”, explica Teló.
A mistura é o ingrediente principal do "sertanejo pegação", ou sertanejo de balada. A definição é do próprio Teló. Em 2011, a agenda dele foi preenchida com 220 shows, sustentados em boa parte pelo hit "Ai se eu te pego". “É como o rock, que tem vários estilos. Não desvirtua, faz parte da evolução. É para acompanhar o tempo da galera de hoje. O sertanejo entendeu o que a galera está querendo. A balada sertaneja é boa para a turma da pegação”, explica Teló.
Produtor de dois volumes do disco "Pista sertaneja", lançados neste ano pela Som Livre, Fabianno Almeida diz ter cunhado o termo "housenejo" ao enfeitar hits do estilo com batidas dançantes. "Tinha dificuldade com os BPMs [batidas por minuto] no 1º volume. Agora, ficou fácil transpor. A linguagem e as batidas parecem mais com as do house e do dance pop. O sertanejo para a noite cresceu, não é apenas 'eu te amo', é sobre a menina que passou e é uma delícia", diz Fabianno, mais conhecido por sua alcunha Mister Jam. Para ele, é natural que o gênero procure outras referências para perdurar. "Tem um reggaezinho, mistura com forró, pega a música enraizada nacional. Desse jeito, ele alcançou a fatia pop do mercado. O sertanejo já deixou de ser de raiz há muito tempo", afiança.
Bruno, que forma dupla com Marrone, concorda que 2011 foi o ano em que o sertanejo deu uma repaginada. "Ele é um dos poucos segmentos que se apresenta em todo o Brasil, nosso estilo não é regional e isso influencia bastante na hora de montar o repertório. Temos de pensar no público de outras regiões, que tem sua própria cultura", conta. "O sertanejo é o menos vaidoso dos estilos. Existem ótimos compositores em outros segmentos, não somos melhores que ninguém. O forró combina, basta lembrar da sanfona, fundamental nos dois ritmos."
Mas, para ele, há certos limites. "Surgem novos nomes e com eles as novidades, mas se você ouvir o CD do Michel ou do Gusttavo vai ouvir música sertaneja sim. Hoje, eles estão muito focados no público das baladas e a mudança pode ter essa origem. Amanhã, pode ter outro ritmo embutido em um CD sertanejo, mas o sertanejo sempre estará lá", diz. "Música romântica é música que fala de amor, independentemente do ritmo."
Posted by Viviani Corrêa
@ sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
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